Exclusivo | Viva a utopia industrial de Duda Brack ao vivo na Bhering

11/03/2016

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Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

Fotos: Flora Pimentel/Divulgação

11/03/2016

Por mais que um disco cristalize a obra de um artista, é ao vivo que se vê quem esse músico realmente é. E Duda Brack é uma artista que tem fome de ser.

Após o elogiado álbum de estreia É (2015), a cantora está lançando o registro Ao Vivo na Bhering, uma série de cinco vídeos que giram em torno da força crua e orgânica da sua música. Hoje, lançamos com exclusividade a gravação de “Dez Dias”, que você assiste abaixo.

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Antigamente, a Bhering era uma fábrica de chocolates que funcionava no Rio de Janeiro. Hoje, seu parque industrial abriga dezenas de artistas que usam o espaço para desenvolver e expor suas obras. Foi cercada por essas paredes descascadas, em meio a máquinas enferrujadas e azulejos lascados que Duda Brack encontrou o local perfeito para gravar seu primeiro registro ao vivo:

– Eu já vinha trabalhando com essa coisa de locais abandonados, “ruidosos”, com um aspecto mais sujo e encardido. Aí descobri um salão no último andar [da Bhering] quase vazio, só com alguns maquinários, e vi que era um lugar que trazia toda uma poesia que conversava com nosso som. Então montamos um estúdio lá e passamos um dia gravando. Eu me inspiro muito em artistas como o Helio Oiticica, que via a função da arte como proporcionar uma experiência ao espectador. E trazer um ambiente como esse evoca isso, transporta as pessoas pra dentro de uma utopia. O fazer artístico fala sobre proporcionar momentos de utopia para as pessoas. É uma fuga da realidade e, também, uma forma de se conectar. O ser humano não precisa ouvir um disco como ele precisa tomar água ou se alimentar, mas – ao mesmo tempo – precisa! E ocupar espaços assim fala sobre polinizar a energia que a arte tem nos humanos, de fazer as pessoas se conectarem mais com elas mesmas. Essa é a minha fé – afirma Duda Brack.

Segundo a cantora, a experiência que teve com sua banda no registro do Ao Vivo na Bhering jamais poderá ser reproduzida de novo porque foi única: “O ambiente interfere muito no som. O pé-direito de lá era enorme e isso trouxe toda uma ambiência pra nossa música. Não vamos conseguir reproduzir isso em nenhum lugar porque é o som daquela sala”, explica.

E por mais divertida que possa ser a segurança de um estúdio, Duda Brack assume que gosta mesmo é de caminhar no fio da navalha de um palco. O risco latente de que nada saia como o previsto alimenta a artista de um modo viciante e terapêutico, como ela diz:

– [O palco] é uma metáfora da vida. É o ambiente onde me sinto mais confortável existindo. Acho, inclusive, que faço música porque eu só existo assim. Estar no palco é um ato de liberdade, de auto-conhecimento, de auto-enfrentamento. É sempre catártico. E esse exercício do palco acaba me equilibrando, alinha meus chackras. Se fico muito tempo afastada do palco, eu vou virando outra.

Abaixo, você assiste a mais do que “Dez Dias” ao vivo na Bhering. Este vídeo é o retrato de um vulcão musical que está apenas começando a entrar em erupção. Um vulcão chamado Duda Brack:

Ficha Técnica – Duda Brack Ao Vivo na Bhering

Arranjos: Duda Brack, Barbosa, Gabriel Ventura e Yuri Pimentel
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Duda Brack: voz
Barbosa: bateria
Gabriel Ventura: guitarra / vocais
Yuri Pimentel: baixo
Bruno Flores: roadie
Diogo Guedes: gravação e mixagem
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Direção artística: Duda Brack, Ana Campos, Flora Pimentel e Rebeca Brack
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Direção de fotografia e edição: Flora Pimentel
Câmeras: Flora Pimentel, Gabriel Garcia, Luís Felipe Romano e Moacir Torres
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Produção executiva: Ana Campos e Rebeca Brack

Acompanhe o lançamentos dos próximos vídeos da série aqui.

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11/03/2016

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Ariel Fagundes

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