Exclusivo | Em faixa a faixa, Héloa comenta sobre seu álbum “yIDé”

04/05/2022

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Gabriela Amorim

Por: Gabriela Amorim

Fotos: Duda Portella/Divulgação

04/05/2022

Unir doçura e força, é algo que Héloa, 33, realiza sabiamente durante o álbum yIDé (2022), que tem direção e produção musical do mestre Carlinhos Brown e Yuri Queiroga. Ao longo das 10 faixas, a cantora divide os vocais com artistas como Margareth Menezes, Lia de Itamaracá, Mateus Aleluia, Luiz Caldas, Maestro Spok e Grupo Indígena Sabuká Kariri-Xocó.

“É um disco de legado histórico, uma obra que carrega memória ancestral através dos tambores, da tradição oral, dos cantos sagrados, das saudações e evocação da natureza envolto em uma produção pop, com refrãos que convida o público a entoar um canto de liberdade”, afirma a sergipana.

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(Fotos: Duda Portella/Divulgação)

Agora, com exclusividade para a NOIZE, Héloa celebra as primeiras semanas do disco no mundo em um faixa a faixa imperdível. Ouça yIDé (2022) nos seu tocador favorito, desça a página e confira na sequência.

1 – “A Vida É”
Primeiro single escolhido para apresentar yIDé. Traz como mensagem a celebração da vida, da existência humana e da natureza, além de emanar gratidão. A sergipana, que vem experimentando uma linguagem mais tropical, traz neste single o ijexá e o axé dos anos 90. A faixa conta com arranjos de cellos, beats eletrônicos e baterias somadas às percussões de Brown, reverberando um som dançante, pulsante e solar.

2 – “Realeza” feat. Margareth Menezes
Realeza traz a reflexão do corpo livre e em conexão com o sagrado a natureza, um corpo ancestral que se entende a partir do observatório do compartimento da natureza. Uma faixa que evoca o feminino com Margareth Menezes e traz um coro de liberdade com as vozes de Nena e Ylana Queiroga, além da presença da viola caipira tocada pela violeira Lais de Assis.

3 – “Conectar” feat. Sabuká Kariri-Xocó
Conectar é uma canção ritualística que traz a importância de se conectar com as suas raízes. Num canto rojão, canto tradicional do povo Kariri-Xocó. A música fala sobre o encontro do povo originário com o povo preto e traz a dança e o canto desses povos como elemento de força e conexão com a floresta. Uma faixa que convoca a olhar para a terra, para a floresta e repensar a postura diante da mesma.

4 – “Tambor” feat. Carlinhos Brown
Uma composição em conjunto com Yuri Queiroga e Carlinhos Brown. A faixa exalta o instrumento como pulso do coração e religare. O tambor que é considerado instrumento sagrado, nessa canção é o grande protagonista, em uma sonoridade pop, soul e funk. Brown que além de tocar, canta comigo na faixa, repleta de beats eletrônicos e vocais. O sopro de Maestro Spok traz a potência orquestrada para a faixa que é uma verdadeira celebração que convida a alma para dançar.

5 – “Nosso Altar”
Composição com Yuri Queiroga, a faixa exalta o amor. Traz a comunhão entre pessoas que vencem as dificuldades para seguir juntas na caminhada. Uma faixa romântica, de fé e esperança que conta com a presença do violoncelo do músico italiano Federico Puppi aliado a uma levada latina presente na percussão de Brown e nos beats de Queiroga.

6 – “Odocyá” feat. Lia de Itamaracá e Tidzy Sabuká Kariri-Xocó
Para celebrar a força do mar e principalmente a força de Yabá Iemanjá, Orixá responsável por acalmar as cabeças, convidei Lia de Itamaracá, para participar do single, além do grupo Tidzy Sabuká Kariri-Xocó.

Capa do álbum yIDé. (Arte: Irmãos Credo)

7 – “Todo Corpo”
A faixa é uma composição própria, que traz um olhar sobre o feminismo, mas com foco em um feminismo negro, diaspórico, abrindo a reflexão para outro lugar de fala, enquanto mulher preta e de matrizes afro indígenas.

8 – “Velho Orixá” feat. Mateus Aleluia
É como uma oração, uma composição do mineiro Sérgio Pererê e com feat com Mateus Aleluia. Uma canção marcante pelo violão também percussivo de Felipe Guedes e o clarinete de Ivan Sacerdote que trazem uma atmosfera introspectiva aliada a mensagem de cura da canção que exalta o orixá Obaluayê, conhecido no candomblé como o orixá responsável pela cura das mazelas. Seu Mateus traz o tempo como senhor da cura, em suas palavras. Como um Griô, ele costura a canção com a evocação de orixás nos cultos de matriz africana no Brasil.

9 – “Bela Oyá”
Uma música dedicada a Iansã, rainha dos ventos e dos raios. A composição é própria e reflete sobre a solidão da mulher negra e todos os questionamentos em torno desse tema. Traz a experiência dos fenômenos naturais como sinais sagrados. A música com forte presença percussiva e de sopro, com o samba de caboclo, samba-reggae que convidam a dançar.

10 – “Deixa Girar” feat. Luiz Caldas e Mateus Aleluia
Uma composição própria que encerra o disco saudando os orixás em uma espécie de Xirê (Evocando de Exu a Oxalá), exalta os elementos de cada um deles e clama por serenidade e força para afastar as demandas e dificuldades. Luiz Caldas participa como cantor e músico da faixa, dividindo os vocais. Mateus Aleluia, traz o xirê e saudações Yorubá evocando cada Orixá e finaliza o disco com muita força.

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04/05/2022

Gabriela Amorim

Gabriela Amorim