Exclusivo | LLARI desenreda seu debut solo faixa por faixa

15/02/2021

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Gerson Rodrigues e Tavinho Costa/Divulgação

15/02/2021

Como os ritmos folclóricos do nordeste do Brasil podem renovar a estética pop e R&B? O primeiro disco solo da alagoana LLARI situa-se nesse horizonte e se propõe a dar boas amostras dessa experimentação. Com timbres solares, intercalando vibrações quentes, sensuais, dançantes e leves, o trabalho da artista bebe do carimbó, funaná, coco de roda e samba, e do intercâmbio com o reggaeton.

O registro de cinco faixas que ela apresenta em 2021 é construído a partir da parceria de Donatinho como produtor musical, e tem a versatilidade e a cadência como pilares. Melhor do que tentar descrever, é você conferir por si mesmo. Por isso, a NOIZE sai na frente e apresenta, logo abaixo, o disco com exclusividade. De quebra, na sequência, tem a LLARI decifrando cada faixa do álbum. Ouça e leia:

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“Tara”
(Pedro Soares/Junior Bragazion/LLari)
A canção que inicia o disco mergulha em referências sonoras das décadas de 80 e 90. Soul, R&B e lo-fi se encontram através de elementos como bateria eletrônica e sintetizadores. A poesia também está em destaque na minha relação com meu próprio corpo, fazendo com que a música alcance um nível metalinguístico. Tem tom sedutor, misterioso, poético e apaixonado.


“Calor”
(Natália Matos/Donatinho/Pedro Soares
“Calor” é dança, movimento, suor e provocação. Esse som é divertido, “inocente” e “swingado” que nem o brasileiro. Quando canto, estou chamando quem ouve para brincar e se jogar na roda comigo. Traduzindo toda essa energia de festa e alegria, muito carimbó, afropop e a tradicional guitarrada paraense que, nesse som, é brilhantemente representada pelo multi-instrumentista – e um dos nomes mais influentes e celebrados da música popular – Manoel Cordeiro. 


“É Assim”
(Helio Ramalho/Pedro Soares /Llari
A canção composta em português por Pedro Soares e em crioulo (dialeto originário de Cabo Verde) por Hélio Ramalho, conecta Brasil e Cabo Verde com um belíssimo jogo de comparações que simbolizam as semelhanças existentes nos costumes, tradições e rituais dos dois lugares, como se, mesmo separados por um oceano, ainda assim mantivéssemos um elo. A própria música, em suas misturas, acaba virando a personificação artística que comprova esse laço. Vale lembrar que as guitarras desta faixa foram gravadas pelo gênio Davi Moraes.


“Tranquilo”
(Wado, Pedro Soares, Llari, Donatinho)
Essa canção reforça a rítmica apimentada advinda da mistura de afropop, reggaeton, coco de roda e toda essa fusão África/Brasil que permeia meu trabalho. A música tem uma linguagem descontraída, feliz, com beats maduros e um refrão daqueles que gruda. Além do balanço que não deixa ninguém parado.

“Esquina de Bamba”
(Alvinho Cabral/ Llari / Donatinho / Pedro Soares)
Faixa que desconstrói uma métrica de samba clássico, diluindo-a em beats maduros e timbres modernos. A sonoridade da canção nos faz lembrar da banda alagoana/carioca Fino Coletivo, grupo encabeçado por Alvinho e que teve a participação de Donatinho nas gravações do aclamado álbum Copacabana (2010). Eu amo!

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15/02/2021

Brenda Vidal

Brenda Vidal