Exclusivo | Tchelo, do Quebrada Queer, responde 3 perguntas sobre seu EP “3”

28/08/2019

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Sidinei Miranda/ Divulgação

28/08/2019

“TÊ – CÊ – HAGAH – Ê – ELI- Ó”. É soletrando seu nome que Tchelo Gomez abre a faixa “Transbordar”, fazendo questão de deixar bem claro quem ele é e dar o recado: não é uma figura que passa batida. Membro do grupo febre da internet Quebrada Queer, o cantor e compositor acaba de lançar seu EP 3, inspirado pela força do número como símbolo da espiritualidade, da criação e da comunicação. 


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Com beats, sonoridades pops e brisas de funk, Tchelo traz três faixas que vão das reboladas nas pistas aos momentos ao lado de um amor. Entrando no embalo, batemos um papo com ele em três perguntas – coincidência? – sobre 3. Confira! 

Lançar um EP com três faixas parece exigir um bom poder de síntese. Foi um desafio sustentar um trabalho em três sons? Quais são as bases temáticas que erguem esse tripé formado por “Pele”, “Transbordar” e “Resiliência”?  

Na verdade, tudo aconteceu de forma orgânica. As músicas foram sendo criadas e produzidas, depois eu só precisei ligar os pontos e entender se fazia sentido lançá-las juntas. As coisas começaram a fazer muito sentido para mim e assim surgiu o 3. É sempre um desafio, assim como em todo trabalho, onde trazemos novas propostas, novas mensagens… é desafiador e eu amo surpreender! “Pele” traz sensibilidade, talvez seja o som mais sincero que já fiz em toda minha vida, onde falo sobre darmos valor às coisas que realmente importam e mostra muito da minha vulnerabilidade. Em “Resiliência”, reforço o que o próprio nome da música diz e trago alguns pontos para reflexão, sobre como é importante ter coerência nas nossas falas e atitudes para sermos sinceros e verdadeiros com os outros e com a gente mesmo. E “Transbordar” é uma mistura de estilos envolventes que fala sobre autoaceitação e o quanto é bom amar e ser amado do jeitinho que somos de verdade, sem precisarmos nos mascarar para agradar só para sermos aceitos. Isso tudo foi somado a força da Mel que fez uma história linda com Banda Uó e abrilhantou ainda mais essa música e o projeto como um todo. Ela foi a cereja do bolo!  

2) Cada faixa ganhou um vídeo minimalista. Como a estética dos vídeos foi construída e como o audiovisual amplia os sentidos de cada uma das faixas?  

Eu produzi os vídeos quando fiz as fotos, enquanto tocava os sons, e depois senti qual fazia mais sentido e amarraria com os próximos trabalhos estéticos, tanto solo quanto com o Quebrada Queer (aguardem e verão! Hahah). Ah, os figurinos fazem parte da minha collab com a marca ACRVO (que já vestiu artistas como Ludmilla e Karol Conka) e que também fará parte dos clipes e shows. Tudo isso foi pra deixar um grande spoiler e ligação com os próximos trabalhos. O público vai identificar bastante coisa que soltei agora em parte das novidades que sairão ainda esse ano! 

3) Sua trajetória solo e também com a Quebrada Queer é marcada por um diálogo com as pautas identitárias, com um forte viés militante. Ao mesmo tempo, sonoridades do universo mais pop são facilmente desvalorizadas como algo puramente comercial. Como é fazer um “pop engajado”? Qual a potência de se utilizar de uma estética e uma sonoridade pop para passar o seu recado?  

Acredito que uma linguagem mais leve ajuda as pessoas a se alertarem e refletirem sobre temas importantes. Diferente do trabalho que faço com o Quebrada Queer, aqui minha militância é mais sutil e leve, a ponto de fazer com que as pessoas se envolvam, se identifiquem, se apropriam da arte e depois interpretem da melhor forma possível, gerando reflexão. A música transforma e se ela toca de forma verdadeira, essa transformação é mais natural e positiva possível. É dessa forma que quero continuar trabalhando, sem limitações musicais ou poéticas, mas com o poder de tocar e transformar, e tudo isso sem a intenção 100% de ser comercial. Comigo só flui. Quando vou compor não determino tema ou estilo, ritmo, simplesmente acontece e vejo que o público recebe muito bem, o que só valida toda minha dedicação ao meu trabalho como artista independente. Vai muito além do business e do alcance em volume de views ou stremings. 

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28/08/2019

Brenda Vidal

Brenda Vidal