Flora Matos apresenta as batidas do Eletrocardiograma

20/10/2017

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Jéssica Teles

Por: Jéssica Teles

Fotos: Mell Helade

20/10/2017

“Só tem mina empoderada aqui essa noite, heim?” Foi assim que Flora Matos começou o barulho no Opinião, já levando o público ao delírio.

Sete anos após o lançamento da sua primeira mixtape Flora Matos vs. Stereodubs, ela apresenta o seu primeiro álbum intitulado Eletrocardiograma. Envolvida por sentimentos e confissões românticas, Flora abre o coração e traz à tona seus próprios tormentos e experiências amorosas particulares em um disco cheio de paixão.

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Eletrocardiograma é sobre aquelas paixões que nos fazem acreditar que não dá para viver sem aquela pessoa, é sobre um coração exausto e que sofreu todas as consequências com a falta de responsabilidade emocional, mas também faz uma reflexão sobre amor próprio e como o mesmo é capaz de modificar a nossa vida.

Nessa quinta-feira (19/10), o Opinião pulsou nas batidas do coração de Flora Matos, uma das mulheres mais respeitadas da cena rap brasileira. Carismática, trocou uma ideia com o público, falou sobre empoderamento feminino, agradeceu pela receptividade e amor, e tirou do peito toda a emoção e sensibilidade em cada canção.

Um coração partido é uma experiência verdadeiramente revolucionária. Em Eletrocardiograma, Flora Matos foi capaz de criar uma narrativa que, ao invés de fazê-la aceitar a dor de um relacionamento que não deu certo, a fez levantar a cabeça e seguir em frente. E quem se identifica com o processo relatado, também pode se reerguer facilmente. Se a Flora conseguiu, você também consegue.

Para abrir o disco com força total, “Perdendo o Juízo” traz a perspectiva do homem dentro da relação. “Me Ame Em Miami” fala sobre o amor em qualquer lugar do mundo. ”Parando as Horas” traz na batida do trap a dúvida de um coração ansioso. Em “O Jeito”, a sensualidade do soul e R&B em protesto ao amor pleno. Em “Bora Dançar” Flora faz um convite à superação e em “Deixa Brilhar”, ela mostra toda a sua luz. “Não Vou Mentir” já traz o tom do arrependimento, revelando o começo do fim. “10:45” mostra toda a ousadia de uma Flora cheia de planos e determinação. Em “Sonhos Gangsta”, a revelação dos desenhos mais íntimos de autoconhecimento e mudança. A faixa “Como Faz”, é o desejo claro de um amor que não quer bens e não deseja nada além de estar perto. E por fim, cartada final da já conhecida “Preta da Quebrada”, com uma inspiradora mensagem feminista.

Assim, Flora Matos tece conclusões em um disco que traz alívio para quem escuta. A ordem das músicas parece ser uma linha de acontecimentos e pensamentos que contam a história desse coração partido.

A artista se revelou por completo no palco do Opinião e mostrou todos os fragmentos poéticos da essência musical que carrega. Rompeu barreiras por falar da sua própria experiência sem medo, com autonomia, firmeza e transparecendo todo o seu sentimento do melhor jeito possível: com gingado e muita presença. Flora Matos fez um show sincero e colocou tudo de si em cada momento.

Máximo respeito.

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20/10/2017

Criando ordem para o meu próprio caos.
Jéssica Teles

Jéssica Teles