ímã e Cacau de Sá, da Mulamba, juntos em “Mangueador”

17/09/2019

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Brenda Vidal

Por: Brenda Vidal

Fotos: Tárcilo Pereira/ Divulgação

17/09/2019

Batendo de frente com a dureza da realidade munido de doçura; colocando poesia sem tapar o sol com a peneira. É assim que a banda ímã se derrama em seu novo single “Mangueador”, com participação de Cacau de Sá, da Mulamba.

Com a típica fusão de gêneros e texturas musicais presente nas canções da banda, a composição feita entre Cacau de Sá e Luciano Faccini, da ímã, retrata em versos a rotina de quem fica à margem nos centros urbanos. Esse recorte ganha um alento com a construção sonora doce, suave e cadenciada.

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Formado por André Garcia (guitarra, violão e voz), Dayane Battisti (cello, violão, cavaquinho e voz), Francisco Okabe (cavaquinho, violão de 7, flauta e voz), Leonardo Gumiero (baixo, sintetizador e voz), Lorenzo Molossi (bateria, guitarra e voz), Luciano Faccini (clarineta, violão, guitarra e voz), Má Ribeiro (percussão e voz), Melina Mulazani (percussão e voz) e Yasmine Matusita (bateria e voz), o ímã toca nesta semana no Teatro Rodrigo D’Oliveira, em Curitiba. As apresentações rolam nas noites dos dias 20 e 21 de setembro e mais informações podem ser obtidas através da página oficial da banda no Facebook. Abaixo, confira um bate-papo que tivemos com a ímã sobre “Mangueador” e a parceria com Cacau de Sá.

De onde vocês se conhecem e como rolou a parceria com a Cacau de Sá? Como essa troca enriqueceu a canção?

Luciano Faccini: Cada um de nós tem uma história com a Cau. Eu mesmo conheci Cacau há alguns anos atrás aqui nessa Curitiba de muitos forasteiros que a gente habita. Acho que foi através de amigos em comum, nos rolês de rua, da noite, do som. E foi em um café da manhã que lá pelas tantas Cau comentou que achava lindo ver as folhas, plantas e árvores, os pêlos do mundo. Não lembro ao certo, mas recordo da sensação de que, naquela hora, essa imagem era um certo alívio, um respiro nos corres do dia a dia. Essas delicadezas que tem o poder de suspender as coisas. Aí a gente começou a esboçar uns versos, cantando com o violão, e de repente a gente tava com “Mangueador” ali, composta naquela manhã, com uma sinceridade afetiva e despretensiosa. Então sei lá, acho que essa música é uma canção-encontro, ela marca mesmo nossa aproximação de uma forma muito forte e bonita. Depois disso foi que foi. Seguimos nos vendo e nos falando, nos ajudando sempre que dá no meio das brasas de 2019.

A composição tem um teor bem duro enquanto a sonoridade traz uma leveza, uma doçura. Por que vocês apostaram nesse contraponto? Como vocês construíram esse panorama?

Yasmine Matusita: Acredito que intuitivamente a gente construiu essa sonoridade ambígua pra música. O Luciano nos apresentou a composição e ela foi tomando forma naturalmente, talvez por ter um refrão cativante que parece que chama a gente pra entrar na onda. Gostamos da ideia de abordar algo tão sério de maneira doce, é como falar de uma realidade difícil sem perder a ternura.

Agora que “Mangueador “já está aí no mundo, quais são os próximos passos? O que vocês estão planejando?

Daniel D’Alessandro: Em primeiro lugar, resistir fazendo música num ambiente nacional violento e numa cidade que segue, cinicamente, seu estado natural das coisas. São muitos exemplos de repressão à arte e à cultura em diferentes espaços, é o que vivemos. Então, isso tudo afeta emocionalmente, mexe com as expectativas e sensações. Precisamos seguir realizando nossos shows, cuidando de cada etapa com o máximo de carinho e delicadeza que é possível, buscando nos articular da maneira que nos cabe. Nos próximos meses vamos continuar a finalização do primeiro álbum que já está todo gravado. Temos mais sete faixas para serem lançadas em breve, com outras participações especialíssimas e tudo o mais. E o nosso caso tem uma particularidade que é o grupo ter nascido e já trabalhar nas canções um certo tempo antes do lançamento do “Memória do Chão”, que é o primeiro registro lançado. Estamos ansiosos para compartilhar mais do trabalho, das experiências vividas juntos durante esse tempo todo. O processo até aqui foi longo, mas sabemos que essa seria a única maneira de conseguir gravar e mixar tudo com o minimalismo nos detalhes que queríamos. Agora, lançar é uma outra coisa, com muitas demandas envolvidas e outras implicações. Nossa energia está voltada para isso. 

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17/09/2019

Brenda Vidal

Brenda Vidal