As parcerias de Jorge Drexler com os diretores de cinema brasileiros parecem realmente dar certo. Depois do Oscar de 2005, quando ganhou a estatueta por melhor canção original pelo filme Diários de Motocicleta, de Walter Salles, e foi impedido de cantar por o considerarem pouco conhecido, o uruguaio reafirmou sua afinidade com a sétima arte. No último dia 13 o cantautor, como o próprio se define, conquistou o Prêmio Goya, principal premiação do cinema espanhol, com a canção “Que el soneto nos tome por sorpresa”, do filme Lope, de Andrucha Waddington.
O Goya deste ano vem cheio de simbolismo não só por ser no país onde vive atualmente o artista, mas por acontecer em meio a uma polêmica que envolve toda a classe artística espanhola, a chamada Ley Sinde. Se trata de uma série de medidas impostas pelo governo para impedir o download desenfreado pela internet, que desrespeita as leis de propriedade intelectual.
Os internautas não gostaram nada das determinações e protestaram em frente ao Teatro Real de Madrid, onde acontecia a cerimônia. Drexler quis defender seu pão de cada dia e repetiu seu ato de seis anos atrás. Subiu ao palco e, em lugar de agradecer a premiação, soltou o verbo: “Vengo de un país de 3 millones..me gusta vivir de lo que hago y no voy a dejar de hacerlo por más huevos que me tiren.”
Texto: Julia Lang