Kendrick Lamar acabou de ganhar dois prêmios Grammy, mas, pelo jeito, isso não acalmou seus ânimos. Um dia depois da premiação, o rapper lançou a faixa “The Blacker The Berry”, música que tem uma batida forte e versos mais fortes ainda. Por exemplo:
“You never liked us anyway, fuck your friendship, I meant it
I’m African-American, I’m African”
Em uma tradução bem livre: “Você nunca gostou de nós mesmo, foda-se sua amizade, sério / Eu sou um afro-americano, eu sou africano”.
“My hair is nappy, my dick is big, my nose is round and wide
You hate me don’t you?
You hate my people, your plan is to terminate my culture
You’re fuckin’ evil I want you to recognise that I’m a proud monkey”
Algo como: “Meu cabelo é armado, meu pau é grande, meu nariz é redondo e largo / Você me odeia, né? / Você odeia meu povo, seu plano é acabar com minha cultura / Você é mal pra caralho e eu quero que você reconheça que eu sou um macaco orgulhoso”.
“You sabotage my community, makin’ a killin’
You made me a killer, emancipation of a real nigga”
E: “Você sabota minha comunidade fazendo uma matança / Você me tornou um assassino, ea mancipação de um negão de verdade”.
Naturalmente, não foram poucos os que se chocaram pela agressividade da música de Kendrick Lamar. Mas será que essas pessoas se chocam tanto ao ver as mortes das periferias do mundo nos jornais de cada dia?
Esse é um bom tema para refletir enquanto o disco novo do rapper não sai. “O Bob Dylan dessa era”, como Pharrell Williams lhe chamou, deve lançar um novo álbum ainda em 2015.