Leela reinventado

19/06/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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19/06/2013

Um intervalo de cinco anos separa “Pequena Caixas” do mais recente trabalho de estúdio do Leela, “Mústica Todo Dia”. E se Bianca Jhordão e Rodrigo Brandão passaram algum tempo fora, morando em Londres, o Leela está de volta hoje com uma proposta um pouco diferente da época em que conquistou as FMs de todo o país. O pop rock e e produtor Rick Bonadio ficaram para trás enquanto que o grupo vem procurando trilhar o seu próprio caminho, do seu jeito. E isso inclui sintetizadores, referências do indie rock e até a colaboração do icônico Fausto Fawcett.

Para compreender melhor o atual momento do Leela, conversamos com o guitarrista Rodrigo Brandão. Ele nos falou sobre o caminho que a banda trilhou até o lançamento de “Música Todo Dia” e tambéms nos adiantou o que o grupo pretende fazer daqui para frente.

*

Entre 2007 e 2012, vocês passaram em branco, sem lançar nenhum CD novo nesse período. Por que tanto tempo de espera por um álbum novo do Leela?

Quando a turnê do “Troço”, ação multimídia que fizemos para divulgar o primeiro clipe/segundo álbum “Pequenas Caixas”, estava terminando, começamos a participar de projetos paralelos junto com a criação das músicas do álbum que viria a ser “Música Todo Dia”. Assim, Bianca e eu montamos o Brollies & Apples, Tchago, o Ela Disse e PHD (nosso ex-baterista que gravou o álbum), o Tokyo Savannah. E criamos algumas bases e canções para o Leela.

Depois, eu e Bianca passamos uma temporada em Londres onde compramos um synth que usamos nas músicas já criadas e que foi muito importante na criação das novas músicas que rolaram a seguir. Com o álbum praticamente pronto, PHD saiu da banda e fizemos a última música para completar o álbum, a faixa-título “Música Todo Dia”, onde resolvemos afirmar que queremos fazer, ter música todo dia nas nossas vidas. Logo depois, Bianca ficou grávida e esperamos passar um tempo e, já com o bebê Theo nascido, finalmente lançamos o álbum.

O som do Leela seria uma “música para ouvir todo dia”?

Não acredito que exista uma música para se escutar todos os dias. Mesmo a música que mais amo e escuto na minha vida, que é a dos Beatles, não rola escutar todos os dias de jeito nenhum. Prefiro variar e conhecer novos artistas ou me aprofundar um pouco mais nos artistas que curto, mas que não conheço tão profundamente.

Quando criamos esse título para o álbum refletimos sobre presença da Música (assim mesmo, maiúscula) nas nossas vidas. Em como ela nos trouxe sentimentos bacanas, ajudou a fazer amigos, viajar e conhecer lugares tão diversos no Brasil. A Música está presente no nosso dia a dia de forma muito positiva, inspiradora e estimulante. Pensamos nas canções que amamos e que nos trazem alegrias e também emoções, lembranças, memórias, reflexões, ajudam a superar momentos difíceis. É tanta coisa bacana que a Música traz à nossa cabeça que sonhamos com a presença de Música dessa forma na vida das pessoas.

No tempo que passaram na Inglaterra, vocês (Bianca e Rodrigo) formaram uma banda por lá, o Brollies and Apples. O que desse grupo pode ser visto em “Música Todo Dia”, o novo trabalho do Leela?

A presença de levadas dançantes, executadas de forma orgânica no Leela, e as criações feitas a partir de loops criados com o synth. Também tem um lado “música para festas” em algumas faixas das duas bandas que eu curto demais.

“Música Todo Dia” deixa a impressão de que o Leela se reinventou nesse novo disco. O que há de diferente nessa fase atual da banda, além da ausência do produtor Rick Bonadio?

A nossa mudança para São Paulo com os shows, amigos, histórias, o estilo de vida na cidade foi um fator muito significativo na criação do álbum. Termos passado um tempo em Londres assistindo shows, programas de TV, curtindo a noite e todo o estilo de vida de lá também influenciaram bastante. E os timbres e recursos do novo synth são bastante inspiradores.

Fausto Fawcett é um nome que aparece diversas vezes na ficha técnica do álbum. Como podemos dimensionar a contribuição dele no “Música Todo Dia”?

Muito importante, fundamental, ele é praticamente integrante extra da banda. Nos damos muito bem e acreditamos que nossa parceria sempre resulta em material interessante e muito bacana. O Fausto capta nossas frequências e adoramos a onda dele.

“On the Road” é o nome do último clipe de vocês. Como foi fazê-lo? Vocês pretendem investir no formato com mais alguma outra música do álbum?

Adoramos fazer clipe, a grande questão é o orçamento. Temos que ir atrás de apoios, parcerias e de alguma verba para viabilizar as ideias. Com “On The Road”, a Bianca teve a ideia de fazer um clipe com patinadoras e conheceu as meninas da liga de Roller Derby, Ladies Of Helltown. Desenvolvemos a ideia que envolveu uma coreografia e procuramos a produtora Pexera para realizá-lo. A gravação e todo o clima no set foram ótimos. Acho que isso ajudou a fazer o clipe ficar bem bacana e nos deixar orgulhosos de sua realização.

O próximo será o clipe da música “Topo Tudo”, temos o roteiro e as ideias bem arrumadas e estamos na fase de viabilização antes de começar a gravar, tomara que seja logo.

O Leela nasceu com influências do hardcore californiano, teve um acento mais pop e hoje aposta num som mais indie e com muitos experimentalismos. Há alguma coisa ainda, musicalmente falando, que vocês gostariam de tentar?

Muita coisa. Intimamente, eu gostaria de criar músicas de todos os estilos que eu curto mas, como isso é praticamente impossível, se a gente tocar algum instrumento, produzir algum som, escrever algum verso e soar interessante, instigante, isso vai disparar aquela vontade de criar. Pode ser uma guitarra tocando uma sequência de três notas de uma sinfonia clássica ou um synth tocando outra de notas de uma linha de baixo de um trip-hop. Toda a música que escutamos e histórias que vivenciamos nos inspira a criar canções.

“Música Todo Dia” vai completar um ano de vida em 2013. O que vocês pretendem fazer daqui para frente?

Além do clipe de “Topo Tudo”, pretendemos criar novas canções o quanto antes. Agora temos um estúdio (Music Bunker) para criar o que a gente quiser e queremos muito fazer isso logo.

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19/06/2013

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