por Maurício Bispo
Um pernambucano de sete anos de idade migra, junto com sua família, para o estado de São Paulo atrás de uma chance na vida. Adolescente, forma-se em um curso profissionalizante, fica viúvo muito cedo e acaba se envolvendo com o sindicalismo. Essa história, que poderia ser a de qualquer brasileiro, gerou uma grande polêmica no país ao ser transposta para as telas do cinema, visto ser a biografia do atual presidente, Luis Inácio Lula da Silva. Baseado no livro de Denise Paraná, “Lula, o Filho do Brasil” é um filme sensível, que retrata um Luís Inácio muito humano, justo e extremamente ligado à família. Sua mãe, Dona Lindu, tem grande destaque no filme. Toda a força do protagonista é creditada aos ensinamentos dela, uma mulher decidida e batalhadora, que criou sozinha os doze filhos. Com uma estética que busca o realismo e uma narrativa romantizada, o filme tem valor por mostrar uma história de superação que, surpreendentemente, não é ficcional – quem pensaria que um pobre menino vindo do sertão nordestino se tornaria o presidente de seu país e o homem mais influente da América Latina? Entretanto, esbarra no fato de talvez ser fruto de estratégia política por conta de seu lançamento em ano eleitoral como forma de apoio à candidatura da ministra Dilma Rousseff à presidência do Brasil. O ditador italiano Benito Mussolini declarou certa vez que o cinema é a mais poderosa arma que existe, devido à sua grande capacidade de propagação de um ideal. Talvez os políticos atuais concordem.