Quem dera que todas as capitais brasileiras tivessem um festival gratuito como o Maloca Dragão. Fortaleza se transformou em 6 dias de programações culturais que contaram com atrações locais, nacionais e internacionais de diferentes linguagens artísticas. Teatro, cinema, artes visuais e música tomaram conta do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, entre os dias 25 a 29 de abril.
Dos mais de cinquenta shows que se espalharam pelos 6 palcos da quinta edição do Maloca, nomes conhecidos como Gilberto Gil, Francisco, El Hombre, Selvagens a Procura de Lei, Letrux e Rincon Sapiencia se misturaram a artistas cearenses de diferentes estilos, do forró ao punk rock. A pluralidade de gênero, etnia e estilo musical da curadoria trouxe um público bastante diverso ao centro cultural.
Como a programação era enorme e alguns shows aconteceram simultaneamente, seria impossível contarmos tudo que rolou por lá, então optamos por mostrar 7 bandas da nova geração cearense que nos chamaram mais atenção. Vale lembrar que a curadoria dos artistas do Ceará foi feita por Fernando Catatau, vocalista do Cidadão Instigado, ou seja, prepare-se para ouvir boas novidades:
Casa de Velho
Foto: Marília Camelo
Apesar de ser relativamente nova, a banda que surgiu em 2015 já mostrou que tem um público fiel. Com a plateia cantando suas músicas em coro, fizeram um show intenso e hipnotizante. Recursos cênicos e uma estranheza interessante de emoções contidas trouxeram autenticidade à apresentação da banda.
Astronauta Marinho e Máquinas
Foto: Luiz Alves
As duas bandas se apresentaram juntas trazendo uma linguagem experimental feita de repetições de células mântricas. Se você gosta de Can e Tangerine Green, tem grandes chances de apreciar o rock instrumental dos dois grupos cuja sonoridade combina com os ventos suaves das praias do Ceará.
Ilya
Foto: Luiz Alves
A cantora apresentou as músicas marítimas que estarão no seu primeiro álbum solo, Doces Náufragos, acompanhada de sua banda que conta com o exímio violonista Cláudio Mendes. Ilya fez um show delicado e envolvente, balançando levemente os corpos da plateia que dançou com ela do início ao fim.
Gostou? Então colabore com a Ilya para a gravação do seu primeiro disco solo por aqui.
Getúlio Abelha
Foto: Marília Camelo
Pantomima para maiores de 21 anos. Abrimos uma exceção aqui, pois esse jovem nômade reside em diferentes casas de Fortaleza, mas nasceu no Piauí. Em seu primeiro show em cima de um palco e com banda, Getúlio atravessou a cidade de bicicleta para chegar lá, e vive a vida assim, sem muitos apegos, em nome da arte de fazer o que acredita com verdade. Seu nome artístico é uma homenagem à Paulinha Abelha, da banda de forró Calcinha Preta.
LPO
Foto: Marília Camelo
Lype de Oliveira, o rapper e compositor de letras visuais, retrata cenários e descreve situações dramáticas em suas rimas que denunciam a degradação social do nosso país. Com quase uma década de experiência nos palcos, faz uma mistura criativa de música nordestina com rap.
Procurando Kalu
Foto: Marília Camelo
Banda de Sobral com referências do movimento tropicalista brasileiro coloridas por pinceladas de brega e psicodelia nordestina. Os amigos que moram juntos em uma comunidade vieram do sertão e estão gravando o seu primeiro disco, Tropical Indie, com a produção de Iuri Kalil, do Cidadão Instigado.