As minas da redação da NOIZE apresentam 14 artistas que você precisa conhecer

08/03/2018

Powered by WP Bannerize

Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Vitória Proença

08/03/2018

Para o dia da mulher, as minas da redação da NOIZE indicaram e criaram uma playlist especial com 14 mulheres da música contemporânea. Mulheres que expandem, ressignificam e compartilham os sentidos de ser uma mulher no mundo. Ouça e leia o que elas têm a dizer:

Cuqui (Musa Híbrida)

*

A mistura de poesia, desabafo, protesto e militância se entrelaçam na voz doce, por vezes, voraz e pontual de Camila Cuqui. A artista independente é natural de Campinas (SP), mas desde 2012 faz parte da banda pelotense Musa Híbrida, na qual compõe, toca violão e canta. Ano passado, Cuqui lançou o seu primeiro EP em carreira solo. O Lésbicas Inventaram a Palheta possui três faixas (“Página”, “Meio”, “Como é bom ser Lésbica”) que se complementam em um discurso plural de confissões e confusões de ritmos, como ela mesma canta: “Recriei a língua, chupei as palavras. Como é bom ser lésbica”.

Por Camila Benvegnú

Chynna

As minas tem conquistado cada vez mais visibilidade no rap e a Chynna me chamou atenção com músicas que possuem uma batida melódica. A primeira que ouvi foi “asia black market”, que faz parte de um EP chamado music 2 die 2 (2017), e me ganhou de cara. Fiquei curiosa com o som dela e fui pesquisar um pouco sobre a mina: a rapper tem só 23 anos e com 14 se aproximou do A$AP Yams, fundador do A$AP Mob, pra aprender mais sobre e se inserir no mundo do rap. Chynna é ex-modelo e através da música descobriu forças pra enfrentar o vício em opiáceos e sua história de vida pesada reflete-se em suas letras, que falam de temas como a depressão, a sobriedade e a morte de pessoas próximas – já que, de acordo com ela, a música funciona como um diário pessoal e é uma forma de lidar com seus conflitos internos e sentimentos.

Por Jade Teixeira

Sabrina Claudio

O desafio ao ouvir Sabrina Claudio é tentar não se arrepiar da nuca até o dedinho do pé. Conheci essa mina como indicação da Dua Lipa (sim) e, logo que assisti ao primeiro clipe, descobri que tinha uma nova cantora preferida. Sabrina tem dois trabalhos lançados: o EP Confidently Lost (2017) e o disco About Time (2017), ambos recheados de sex songs absortos no melhor e mais envolvente R&B feminino, deixando claríssima as influências em Sade, Aaliyah e Mariah Carey. O conjunto de voz inacreditável + visual hipnotizante de Sabrina transforma um simples play (recomendo tirar um tempo pra assistir ao live dela no James Corden) em uma experiência muito além de extasiante pra quem tem devoção por esse tipo de música – e pra mudar a vida de quem ainda não tem.

Por Daniela Barbosa

Mãeana

É entre alienígenas e mundos subaquáticos que transita a carioca Ana Claúdia Lomelino, a Mãeana, que, em um canto despretensioso e certeiro de sereia, expõe a poesia de um sagrado feminino tão forte quanto místico. Com referências da Tropicália e MPB em sua sonoridade, ouvir Mãeana é aceitar entrar em um ritmo diferente do mundano, e, assim, viver uma experiência sensorial de deixar-se levar pelas intuições. Ao evocar um universo lúdico, sobrenatural e uterino, Mãeana manifesta todo seu poder em uma vulnerabilidade corajosa e despida de ego, inspirando quem permitir ser abduzida por esse convite sideral.

Por Aline Oelrich

GA31

Pode parecer que você está ouvindo a robô da Google Tradutor cantando, mas é bem mais que isso! A GA31 (lê-se Gabi mesmo) tá na ativa desde 2013, quando bombou com um remix criado em cima do vídeo de inscrição da Inês Brasil no Big Brother. Desde então, GA31 se propõe a ser um megafone que grite todas as reivindicações sobre direitos humanos e conflitos urbanos. Tudo isso é feito em cima de batidas eletrônicas e com clipes inspirados em fashion films, cheios de coreografias e figurinos muito incríveis.

Por Camila Oliveira

Drik Barbosa

A paulistana Adriana Barbosa – Drik para os mais chegados – se prepara para o lançamento do primeiro EP Espelho, em colaboração com a Laboratório Fantasma. Com 5 faixas, o EP traz o simbolismo da água como conceito principal e põe em questão toda a personalidade de Drik. Temas como machismo, racismo, preconceitos e questões negativas que rodeiam a rapper poderão ser escutados em cada letra. O primeiro single, “Melanina” já está no ar e conta participação de Rincon Sapiência. Drik, que transita entre o rap e o R&B, é um verdadeiro tsunami, vem chegando com tudo na música e promete deixar marcas.
Além da carreira solo, ela também integra o grupo de rap feminino Rimas & Melodias, do qual faz parte há dois anos, junto com as MCs Tássia Reis, Karol de Souza, Alt Niss, Stefanie, Tatiana Bispo e a DJ Mayra Maldijan.

Por Jéssica Teles

Jorja Smith

Uma garota de 20 anos, de Walsall, arrebatou meu coração. Quem é ela? Jorja Smith, pode anotar aí. É com certeza, uma das grandes promessas da nova geração inglesa de Soul. Tudo começou com “Blue Lights”, uma canção feita despretensiosamente para um projeto da escola, disponibilizada no Soundcloud. Mal sabiam os desavisados que a track era apenas um vislumbre da capacidade da artista de permear diversos estilos – como pop, funk, UK garage – sem perder a sua própria essência. Hoje, depois do EP Project 11 (2016), alguns singles consagrados o participações em álbuns artistas como Drake e Kendrick Lamar, a vitória do Brits Critics’ Choice Award 2018 chegou como a cereja do bolo. E este ano promete um novo EP e mais, muito mais!

Por Joana Barboza

Jamila Woods

Se eu acordo todos os dias buscando me amar cada vez mais, a Jamila Woods tem grande influência nisso. Cantora, compositora, poeta e ativista, a americana tem apenas um álbum de estúdio com vinte faixas, que foi lançado em julho de 2016 no SoundCloud, mas que só entrou no Spotify no ano passado. E um disco foi suficiente para provar que ela merece ser uma nossas principais inspirações, não apenas no amor próprio feminino, mas na confiança do poder da música em si. Jamila canta soul e literalmente fala o que sai da alma. Ela tem como objetivo “fazer músicas que lutam contra o sistema e confortam os aflitos”, como foi pontuado em uma das primeiras entrevistas após o lançamento do álbum HEAVN (2016), para a Pitchfork. Eis aqui uma deusa do R&B que você não pode deixar de conhecer, ouvir e admirar.

Por Tássia Costa

Tash Sultana

Tash Sultana pode tranquilamente ser chamada de “banda de uma mulher só”. A cantora e multi-instrumentista australiana é mestre em criar camadas intermináveis com loops, parece estar inteiramente imersa pelo próprio som regado a beats hipnotizantes e transbordando swing. Em 2016, Tash viralizou ao postar um vídeo tocando “Jungle” ao vivo (gravado no próprio quarto, diga-se de passagem). Em 5 dias, já eram mais de um milhão de views – e se você quiser ter essa experiência transcendental ao vivo e a cores, avisamos que ela vem ao Brasil para tocar no Lollapalooza no dia 24 de março, sábado.

Por Marta Karrer

Letrux

Letícia Novaes estreia seu trabalho como Letrux – uma mistura de música eletrônica dos anos 80, experimental, pop e até mesmo funk melody. Equilibrando leveza sonora com um bom humor nas letras, traz uma vibe tanto para uma pista de dança quanto para curtir num momento mais isolado. O seu primeiro álbum Em Noite de Climão (2017), produzido por financiamento coletivo e lançado de forma independente, é nada menos que um mix de sentimentos e sensações em meio a essa autodescoberta. Ele reflete essa atmosfera pós uma noite nebulosa, como se – ao ouvirmos – estivéssemos despertando de um transe em meio a sintetizadores e o baixo. Suas letras trazem a todo momento a condição da liberdade sexual feminina como foco, mostrando que a gente também sente prazer, a gente pode e, sem pudor, quebrando tabus ainda existentes. Dialogando com as mais diversas emoções, o disco nos dá vontade de dançar, chorar, rir dos momentos tragicômicos e ressignificar tudo isso, como se sentíssemos faixa a faixa cada uma delas à flor da pele.

Por Nicole Fochesatto

Mulamba

Pra mim era mais um dia de trabalho normal, indo fotografar um show de uma banda que não conhecia. “Pelo menos a banda é toda de mulheres”, pensei, e fui de coração aberto. Era 2016 e o Bar Opinião, em Porto Alegre, estava quase vazio. Na plateia eram eu e outras poucas mulheres, nenhum homem. Elas entram no palco. Mulambas, como bem diz o nome, com suas roupas esfarrapadas, pés descalços e peitos de fora. Palavras de ordem riscadas pelo corpo. “P.U.T.A”. As roupas em farrapos pareciam mostrar por fora como se sentiam (e eu me sentia) por dentro – em pedaços. Quando a música começa, um arrepio toma conta do meu corpo e meus olhos se enchem de lágrimas. Mulamba gritou as palavras que estavam presas na minha garganta. Com a raiva que, sim, existe e precisa exorcizada, com a força que não aguentamos mais fingir que não temos, com sede de justiça a ser feita não só por uma, mas por e para todas nós. O show acabou e eu era só choro e nó na garganta. Só pensava que aquelas vozes mereciam ser escutadas por multidões. O tempo passou, nossos caminhos se cruzaram novamente, e nada me alegra mais do que saber que seu público cresce todos os dias, que na plateia se vê irmãs de mãos dadas, felizes por ter sua vida cantada por outras mulheres incríveis. Para quem quiser se emocionar também, hoje rola show das minas no Agulha, às 21h.

Por Vitória Proença

Kelela

Para encontrar um equilíbrio e uma plenitude na vida, nós precisamos no amar por inteiro – uma tarefa bastante desafiadora e contínua. Se amar por inteiro é catar cada pedaço, amarrar tudo em um nó bem forte, abraçar dores e doçuras. Kelela faz isso com maestria: pinta suas dores particulares e estruturais atrás de sussurros, distorções, sintetizadores e batidas R&B. Ela confessa tudo: a eroticidade, a vulnerabilidade, a ardência e a cura dos processos que experencia, temáticas muitas vezes negadas e bloqueadas nas vivências de mulheres negras. Com clipes incríveis, um discografia inventiva e o super elogiado Take Me Apart (2017), ela é uma das vozes mais interessantes do cenário R&B contemporâneo e uma artista que você precisa se permitir conhecer.

Por Brenda Vidal

Princess Nokia

Destiny Nicole Frasquer vem gerando burburinho sob o super millennial nome de Princess Nokia. Com apenas 25 anos, ela é força multifacetada: é mulher, bissexual, negra e mestiça, periférica. Trazendo misticismo, empoderamento e rimas afiadíssimas, ela perfura opressões e cria uma atmosfera de acolhimento para imigrantes, LGBT’S, negros e mulheres por todo o mundo. Ouça seu rap afrofuturista em 1992 (2017) e conheça uma das artistas mais interessantes da cena atual.

Por Brenda Vidal

SZA

Falar sobre amores e desamores com batidas de R&B é tão clichê que até parece batido, certo? Mas tratando-se de SZA, isso é um engano. A cantora e seu arrebatador Ctrl (2017) trazem sopros de renovação no cenário do R&B com letras sinceras, íntimas e inegavelmente envolventes. Com certeza, Ctrl vai te deixar desconcertado: seja ouvindo as batidas super “clímax” ao lado da pessoa amada, seja chorando por um amor passado, seja cantando na frente do espelho com um olhar confiante de quem sabe que já superou uma má história.

Por Brenda Vidal

Dê play abaixo na nossa playlist e deixe as artistas falarem por si própria:

Tags:, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,

08/03/2018

Revista NOIZE

Revista NOIZE