Por Rafael Carvalho
Como a própria Karen diz, é um lindo final de tarde em Nashville, de onde ela, de uma maneira muito receptiva, falou com a NOIZE por telefone. De cara, ela quer saber de onde estou falando. Ao saber que é de São Paulo, Brasil, um ânimo toma conta de sua voz. “Como está o tempo aí?”, pergunta. “Ensolarado, mas não muito quente”, respondo. “O Brasil tem sempre um clima adorável. Sinto muita falta”, comenta Karen, com um sorriso na voz.
Com a assessora na linha, lembrando que temos pouco tempo, fomos à entrevista.
O que chegou antes na sua vida, a moda ou música?
Interessante dizer que é uma pergunta difícil, mas obviamente a música veio primeiro. Falando de mim especificamente, que sempre adorei música, mas não no sentido profissional da coisa. Eu gostava de música como qualquer garota de 16 anos. Ouvia de tudo e tinha os meus ídolos, defendia minhas bandas, essas coisas. Comecei a trabalhar com moda logo cedo e, como todos dizem, as coisas andam juntas, né? Então, fui apurando meu gosto musical.
De que forma uma profissão influencia na outra no sentido criativo?
Estar num mundo legal como a moda é sempre muito inspirador para compor e pensar em músicas. Estou sempre rodeada de pessoas extremamente criativas, como fotógrafos, editores, artistas plásticos, os estilistas em si, enfim, num ambiente que gira exclusivamente em torno da criatividade. Certamente, é um mundo que produz lindas imagens e é, de fato, inspirador.
De que forma o seu sucesso como modelo favorece o seu trabalho na música?
Eu realmente não ligo muito. Vou continuar com a moda independente de tudo. É o que eu amo fazer, e a musica é algo que também me traz prazer. Não vou jamais pensar que ser bem-sucedida em um trará sucesso ao outro. Estou escrevendo bastante e pensando em muitas coisas para o próximo verão, ao mesmo tempo em que me mantenho muito ocupada com a carreira de modelo. É tudo muito intenso. Vejo a dedicação do Jack (White, do White Stripes, marido de Karen) com a música e, para mim, é a mesma que eu tenho pela moda. Sempre importante dizer que não é que eu dê menos importância à música, só que agradeço a Deus por ser bem-sucedida na moda e quero que isso continue. (Risos)
Então, foi uma surpresa ter seu primeiro álbum, The Ghost Who Walks, tão bem recebido pela crítica?
Sim, com certeza foi, mas não acho que isso tenha acontecido por conta da moda.
Seu marido é considerado um dos melhores artistas da nossa geração. De que maneira ele contribui no seu trabalho?
Ele é um homem muito inteligente e tem um instinto ótimo sobre música. Ele não tem medo de testar coisas, não fica na ideia dos outros. Ele me motiva, já que sou muito insegura em relação a algumas coisas. Ele tem sido ótimo comigo.
Vocês têm planos de realizar algum projeto juntos?
Hmmm… Acho que não. Talvez um dia, não sei. Estamos preocupados em nos manter marido e mulher, o que já nos torna bastante ocupados (rindo muito). Fora isso, é melhor não acrescentarmos mais essa função, a profissional, em nossas vidas. Vamos nos focar em construir uma linda família por enquanto.
Você tem uma ligação forte com o Brasil. Além do seu casamento, que outras lembranças você guarda do nosso país?
Estive no Brasil algumas vezes e, obviamente, é um lugar especial. Eu e Jack estivemos aí juntos por volta de uma semana inteira e não conhecemos tudo. Também estive sozinha trabalhando como modelo para algum lugar, que eu não vou saber agora qual era (rindo muito), mas me lembro que foi no Rio de Janeiro. Que lugar lindo!
Podemos esperar uma nova visita ao Brasil em breve?
Ah, eu espero que sim! Estou morrendo de vontade de voltar. Quem sabe, volto para fazer um showzinho para vocês? Seria demais!
Saiba mais sobre Karen Elson em seu site oficial ou no MySpace.
Confira, abaixo, o clipe de The Ghost Who Walks.