Uma data que muitos preferem esquecer por ter sido o dia em que seus maiores ídolos deram seu último suspiro. Dois fãs mortalmente apaixonados e uma cirurgia malsucedida levaram à morte de grandes músicos. Nos anos 80, foi a lenda John Lennon. Nos 90, o grande letrista Tom Jobim. Nos 2000, o eterno Pantera Dimebag Darrell.
Quando retornava do estúdio com a amada Yoko Ono ao seu apartamento em Nova Iorque, John Lennon foi surpreendido com quatro tiros pelas costas de Mark David Chapman, que mais cedo havia pedido um autógrafo no disco Double Fantasy (1980). Há 34 anos, um dos melhores compositores do mundo e fundador de uma das mais influentes bandas de todos os tempos morria pelas mãos de um “fã” doente. Daquelas notícias que você sabe exatamente onde estava quando recebeu. Na época, Chapman tinha 25 anos. Ele permanece até hoje na prisão, mesmo depois de diversos pedidos de liberdade condicional. Quantas outras músicas geniais Lennon poderia ter escrito? É a pergunta que todos os fãs fazem até hoje.
Na mesma Nova Iorque que conquistou John Lennon e Yoko Ono, um brasileiro encontrou o seu fim também. Antônio Carlos Jobim, nosso Tom Jobim, tinha acabado de gravar Antonio Brasileiro (1994) quando começou a reclamar de problemas urinários ao seu médico. Quase quatro quilômetros ao norte do prédio Dakota, onde John Lennon foi assassinado, Tom Jobim foi internado no hospital Mount Sinai para dar início a uma operação que aconteceu no dia 2 de dezembro. Quando estava se recuperando, Jobim passou por complicações no coração, no pulmão e não resistiu. Três dias depois, Antonio Brasileiro era lançado. Com 67 anos, Tom Jobim nos deixava com o reconhecimento internacional da bossa nova.
Foi do Brasil onde vieram alguns dos comentários mais infelizes sobre a noite de 8 de dezembro de 2004, em que Dimebag Darrell, um dos fundadores da banda de heavy metal Pantera, nos deixou. Quando a notícia do assassinato durante um show do Damageplan repercutiu aqui, o jornalista Arnaldo Jabor generalizou e chamou os headbangers de “violentos e sujos” durante o Jornal da Globo. A triste noite começou quando o “fã” Nathan Gale, insatisfeito com o término do Pantera, tumultuou a plateia durante o show, subiu no palco e atirou à queima-roupa no guitarrista. Gale também atirou em todos que tentaram salvar Darrell, matando mais três pessoas no local. As palhetadas frenéticas de Darrell ressoariam pela última vez naquele dia.
É, 8 de dezembro não tem sido bom para os verdadeiros fãs. Neste dia trágico, perdemos três mestres, diferentes entre si, mas com a mesma paixão pela música. Um dia para nos lembrarmos de como a vida é imprevisível e incontrolável, por mais famoso que você seja.