Um dos assuntos mais comentados na última foi o playback que o Red Hot Chili Peppers fez durante a sua pequena aparição no intervalo do Super Bowl.
E em meio a uma enxurrada de teorias “foi” e “não foi” jogadas na web, coube ao baixista Flea contar o que realmente ocorreu no último domingo. O RHCP dublou mesmo uma música pré-gravada e acreditava que isso não causaria espanto em tanta gente como causou.
O playback é, na maioria das vezes, uma questão de limitação técnica do que uma exigência da banda que vai tocar “ao vivo”. A verdade é que ninguém gosta de subir ao palco simplesmente para dublar uma música. O RHCP deixou isso claro e outras bandas já precisaram contornar o constrangimento com bom humor e boas secadas.
Nós reunimos aqui os cinco “melhores playbacks” de todos os tempos. Confere aí:
Iggy Pop (1979)
Famoso pelo seu envolvimento com as drogas e o álcool, Iggy Pop nunca foi um cara que conseguiu manter o seu autocontrole. Em 1979, cinco anos depois de se separar dos Stooges, o cantor foi convidado para participar do programa Countdown, num canal de TV australiano. Ele passou bons minutos atazanando a vida do apresentador Molly Meldrum durante uma entrevista e entrou em cena para um playback muito louco de “I’m Bored”. A performance do vocalista até hoje é lembrada como uma das mais hilariantes para o público (e desastrosas para os produtores da TV):
Nirvana (1991)
O Top of the Pops foi um dos programas mais controversos da TV britânica. No ar entre 1964 e 2006, não foram poucas as bandas que se recusaram a participar ir ao estúdios da BBC, por causa da obrigatoriedade do playback. O Nirvana, no entanto, convenceu o Top of the Pops em 1991 que dublaria o hit “Smells Like Teen Spirit”, desde que o vocal de Kurt Cobain fosse ao vivo. A produção preparou toda a infraestrutura, mas provavelmente se arrependeu depois assim que o Top of the Pops foi ao ar. Cobain mudou os primeiros versos da música só para chocar o público, debochou do playback da sua guitarra e cantou como se o Nirvana fosse uma banda gótica:
Public Image Ltd. (1980)
A verdade é que não poderíamos esperar nenhuma outra coisa de Johnny Rotten, o eterno vocalista do Sex Pistols. Depois de ajudar a escrever a história do punk rock nos anos 70, o cantor formou o Public Image Ltd. Rotten, que mantinha o espírito rebelde dos anos anteriores intacto, se recusou a fazer um playback no programa de TV American Bandstand, em 1980. Enquanto que o Public Image Ltd. interpretava a música “Poptones & Carrering”, o vocalista ficou um tempo sentado num canto do palco e depois foi para o meio da plateia pedir para todos invadirem o cenário com ele. Tudo isso enquanto a sua voz continuava saindo pelos alto-falantes.
Iron Maiden (1986)
O Iron Maiden, que sempre exigiu tocar ao vivo nos programas de TV que participou, também já precisou engolir alguns sapos, sobretudo nos anos 80. Na Alemanha para divulgar o álbum “Somewhere in Time”, o Maiden topou participar do programa P.I.T., mas não sabia que seria para uma performance em playback. Eles não levaram a sério a dublagem e simplesmente patifaram durante a música. Os produtores do programa devem ter ficado catatônicos com tantos vai-e-vem pelo palco.
Muse (2009)
O Muse é outra banda que também só aceita participar de programas de TV se for para tocar ao vivo. Mas na Itália, em 2009, o trio inglês só soube de última hora que precisaria fazer um playback de “Uprising”, música do então recém-lançado “Resistance”. Com o bom humor que é típico dos ingleses, a banda trocou os instrumentos e levou a farsa até o final. O curioso é que ninguém do programa percebeu a fraude do “vocalista” Dominic Howard durante a entrevista com a banda após a performance “ao vivo”.