Ouça agora Entropia, o novo EP da Chimi Churris

26/11/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

26/11/2014

Foto: Gênova Wisniewski

Em agosto fizemos um BQVNC sobre a Chimi Churris, banda gaúcha que surgiu a partir de um coletivo fotográfico, depois visual, depois artístico chamado Ovos e Llamas e formada por Mario Arruda, Maurício Pflug, Ricardo Giacomoni, Paulo H. Lange, Alexandre Moreno e Daniel Eizirik. Hoje, mostramos com exclusividade Entropia, seu recém parido EP lançado pelo selo próprio, Lezma Records. A coleção de três músicas é um prelúdio para o disco que lançarão no início do ano que vem, El Interior Hacia Fuera.

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Capa Entropia
Arte da capa por Diego Gerlach

Se antes o coletivo brincava com as alterações de consciência visuais, com a banda, chegaram ao campo sonoro criando canções bem experimentais. O som é essencialmente lo-fi, psicodélico, sujinho, cheio de espaços para o improviso inesperado. As músicas são mantras, com estruturas rítmicas que se repetem conduzindo a um estado de sintonia catatônica – ou catártica, dependendo do clima. Em Entropia, entretanto, as canções permanecem ruidosas e cíclicas, mas estão com uma linearidade diferente, com as letras mais acessíveis e as camadas do som mais nítidas.


“Durga Negra”, sobre amor e purificação

A mudança vem do desejo de encontrar um equilíbrio entre experimentalismo e recepção, facilitando a compreensão do outro lado que não é o de dentro. Enquanto o primeiro registro, Pisco Ferias, era totalmente caseiro, agora, o grupo passou, também, pelo estúdio. “Gravamos com direcionais e condensadores”, conta Mario Arruda, um dos fundadores, “acho que continuamos bem lo-fi, tanto pelas execuções, ninguém tem muita técnica, quanto pela estrutura mesmo. Não temos baixo nem bons equipamentos”. Numa vibe que também é “do it yourself”, improvisam com o Reaper, software amador e gratuito de edição de áudio, Maurício faz graves com sintetizador, Moreno e Eiririk colocam batuques e barulhos no meio. Das canções, “Durga Negra” é sobre amor e purificação, “Bob en Los Andes” tem um lance de pista de dança, como conta Mario, “história sobre uma noite intensa que pode ser tanto trágica quanto maravilhosa”. A mais rock do EP, “Hash” já ganhou clipe e mostra certa queda pro indie, mas a banda conta que está pirando mesmo em pós-punk e shoegaze, tipo Joy Division e Sonic Youth.


“Hash” definida por Paulo como um “mantra nervoso”.

Ao vivo, a essência introspectiva do shoegaze acaba funcionando, na verdade, como um canal de comunicação entre a banda e o público (vai rolar festa de divulgação do EP no próximo sábado, aliás. Aqui tem mais informações). E entre os próprios também. Mario conta que a pira das composições vem justamente ao tentarem comunicar o que não conseguiam dizer conversando. “É um jeito de confessar coisas uns pros outros, curtir energias, superar momentos difíceis, trazer o que tá fora pra dentro e o que tá dentro pra fora”.


“Bob en Los Andes” e a pilha pista de dança.

Sobre o disco que está no forno, El Interior Hacia Fuera, Mario conta que a tradução do conceito é quase literal: seu objetivo é justamente cair de cabeça na ideia de levar pra fora o que está dentro. “Esse lance veio dumas viagens do Ricardo na Psicologia lendo Lacan, Deleuze, Guattari, Foucault”, conta Mario, que adiciona na mistura de inspirações, além desses caras, telas de computador e TV, programas de auditório, podcasts, livro tibetano dos mortos, esquizofrenia, rock, esquizoanálise, olodum, cura, energias, fractal carnal, passaporte, lançamentos preto e branco, ocupações de espaço público, supernintendo, datamosh, fotografia de celular. Esses e outros, que também querem incluir, mas ainda não arranjaram um jeito de dizer.

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26/11/2014

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