Ouça o afrofuturismo feminista do disco de estreia do supergrupo Les Amazones d’Afrique

29/03/2017

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Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

Fotos: Reprodução

29/03/2017

Juntas, elas são ainda mais fortes.

Dez mulheres africanas se uniram em um projeto chamado Les Amazones d’Afrique para cantar sobre a desigualdade de gêneros e o resultado é de arrepiar. A banda lançou há pouco o seu disco de estreia, République Amazone, um tratado de afrofuturismo feminista com doze faixas impressionantes (ouça abaixo).

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O grupo se formou em 2015 e é composto por artistas famosas internacionalmente, como Angélique Kidjo e Mariam Doumbia (da dupla Amadou & Mariam), e também por cantoras mais conhecidas em seus países de origem (como Madiaré Dramé e Mouneissa Tandina, ambas do Mali). Em 2015, elas tocaram no festival francês Fiesta des Suds e, no ano passado, se apresentaram no WOMAD Charlton Park, em Londres. Foi depois desse show que veio o contrato com o selo Real World Records, que lançou o République Amazone.

A capa do disco de estreia da banda (Reprodução)

Segundo a página do Facebook da banda, a inspiração para criar o grupo veio das guerreiras do Reino do Daomé (atual Benin), nação que possuía batalhões formados por militares mulheres. Esses grupos se chamavam Ahosi (ou Mino ou ainda N’Nonmiton) e desempenharam um papel importante na cultura local até meados do século XX. Acredita-se que a última guerreira Ahosi tenha sido uma mulher chamada Nawi que morreu em novembro de 1979 com mais de 100 anos – ela deu uma entrevista a um historiador em 1978 contando que lutou na guerra contra a França em 1892. Quando os europeus se depararam com essas mulheres guerreiras, lhes identificaram automaticamente com as Amazonas da mitologia grega, por isso elas também são chamadas de Amazonas do Daomé.

Foto de 1897 mostrando as guerreiras do Daomé (Getty/Reprodução)

– Inspiradas pelas formidáveis e misteriosas guerreiras do Daomé, grandes cantoras e musicistas se uniram para lutar contra a violência às mulheres. Elas lutam por liberdade, sendo mulheres e musicistas, na África e em todo lugar. As vozes dessas divas podem quebrar correntes e tomar conta do seu coração – diz a descrição da sua página do Facebook.

Seu primeiro single foi “I Play the Kora”, uma faixa que sintetiza o objetivo do grupo, pois a Kora é um instrumento típico do Mali que, por muito tempo, foi tocado apenas por homens. Os lucros desse single foram destinados à Panzi Foundation, uma entidade que apoia as vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo.

Veja abaixo o clipe da música:

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29/03/2017

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Ariel Fagundes

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