Em tempos em que adolescentes vão antes ao cabeleireiro do que à loja de instrumentos quando pensam em formar uma banda, os dez petardos carregados de distorção e peso de Pharmako Dinâmica, disco de estréia dos recifenses da AMP, mostram que o DNA de uma banda de rock’n’roll só é completo com uma boa quantidade de sujeira. Dos bem executados e inteligentes riffs da dupla Capivara e Djalma – e seus vocais rasgados –, ao baixo marcante de Dudu, o álbum tem tudo para acordar os ouvidos acostumados com a mesmice e bom mocismo do novo rock. Os que saírem incólumes depois de uma dose em alto volume de faixas como “Ensurdecedor”, “Devil’s Prize” e “Lenda Viva”, podem se considerar tudo, menos bons roqueiros.
por Lucca Rossi