Por mais forte que seja a melanina na pele, a visibilidade de corpos negros é historicamente negada. Da sombra, o fotógrafo baiano Lázaro Roberto fez holofotes e sonhou com o Grupo Zumvi. Ao lado de Raimundo Monteiro e Aldemar Marquês, criou o grupo que registrou a manifestações culturais e políticas do povo negro no nordeste, especialmente na Bahia.
Foto: Lázaro Roberto/Acervo Zumvi
Com o a doação de 1.600 fotogramas recebidos de Jônatas Conceição Silva, o Zumvi Arquivo Fotográfico reúne cerca de 30 mil fotogramas, de 1978 a 2013. As fotos documentam, preservam e celebram a cultura afro-brasileira; algumas delas, inclusive, ilustram a matéria “O legado e o futuro do samba-reggae”, que fez parte da revista NOIZE #77 acompanhando o vinil do disco de estreia de BaianaSystem.
Foto: Lázaro Roberto/Acervo Zumvi
Além de dar visibilidade, o projeto quer ser visto por mais gente e luta pela sua permanência enquanto memória social. Para manter o seu legado e garantir seu futuro, o projeto precisa de apoio urgente. O acervo improvisado é abrigado na casa de Lázaro, em condições não adequadas e sujeito a deterioração.
Para salvar a memória do povo negro, foi lançado o financiamento coletivo para viabilizar a criação da “Plataforma Zumvi”. A ideia é digitalizar e catalogar os 30 mil fotogramas e disponibilizar o acervo através da criação do museu digital e banco de imagens, além de investir na restauração e preservação dos itens. Para isso, é necessário que o grupo arrecade 12 mil para compra de materiais como scanner, microcomputador, material de conservação e papelaria. Infelizmente, o projeto não atingiu a meta.