Popload Gig Cult: Mark Lanegan

07/07/2010

The specified slider id does not exist.

Powered by WP Bannerize

Avatar photo

Por: Revista NOIZE

Fotos:

07/07/2010

Na noite de 24 de junho, Mark Lanegan subiu ao palco do Comitê—nova casa de shows paulistana—com uma de hora atraso, às 23h. Ele não falou, não sorriu, não bebeu ou fumou; simplesmente fez o que todos esperavam, cantou. E monstruosamente bem!?Sobrevivente da loucura  grunge dos anos 90, o ex-vocalista da emblemática Screaming Trees mostra que amadureceu, como seu trabalho. Se embrenhando cada vez mais em uma faceta acústica, quase folck, longe da barulheira de bateria, baixo, guitarras e distorção; Mark contou apenas com sua voz rouca e grave, perfeitamente entrosada ao violão do músico que o acompanhava. E assim, fez do Popload Gig Cult um evento a se lembrar.

Texto e fotos: Victor Sá (www.flickr.com/photos/victor_sa)

*


O show não é fácil e não faz a menor questão de ser. Para desavisados, a hipnose da plateia poderia ser confundida com monotonia ou tédio, enquanto na verdade, era o oposto. O público era iniciado musicalmente, sendo em grande parte fãs, músicos e crítica especializada. Todos estavam lá. Fãs do extinto Screeming Trees podem ter ficado decepcionados com a falta de barulho, no entanto, foram contemplados com a “Where The Twain Shall Meet”, do álbum de 1989, “Fuzz Factory”, dos Trees, em versão voz e violão.

Sem revisionismos oportunistas, a apresentação se mantém sóbria e, em sua maioria, fiel a empreitada solo de Lanegan. Todo o repertório indica um homem que olha pra trás, não com uma triste nostalgia, e sim, com orgulho de quem já fez muito e ainda tem o que mostrar. Ainda é rock, só que agora o juvenil e inconseqüente perde espaço para a melancolia madura de quem já chegou aos 40.
A arquitetura da casa não favoreceu a pegada low profile do show. Grande e idealizada para mais fervor, o Comitê não ajudou o artista, que se manteve alheio a tudo que acontecia a seu redor.  Mark mantém uma postura cool no palco. O que não pode ser confundido com estrelismo. Longe de afetações ou trejeitos, o cantor manteve a plateia na palma da mão durante toda a apresentação, segurando a atenção de todos só no gogó e no repertório.? A iluminação se manteve constante, um tom azulado iluminava a dupla em cima do palco de maneira discreta e intimista; sem alterações, assim como o tom da apresentação que foi sempre o mesmo. “Traveler” e “Bell Black Ocean” comoveram, mas o ápice ficou por conta da belíssima “Hangin’ Tree”, fruto de seu trabalho junto ao Queen of The Stone Age, que, em sua versão acústica, emocionou arrancando entusiasmados aplausos de todos. E encerrou assim, saindo apressado e sem despedidas.

Tags:,

07/07/2010

Avatar photo

Revista NOIZE