Você quer envelhecer como o Aerosmith

12/10/2016

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Por: Juliano Mosena

Fotos: Ariel Fagundes

12/10/2016

“O que vocês querem ouvir?” perguntou Steven Tyler para a platéia na noite de 11 de outubro de 2016 em Porto Alegre. A galera respondeu, mas nem precisava porque o Aerosmith sabia exatamente o que precisava ser feito ali, não só em termos de repertório, mas de envolvimento e desenvoltura no palco.

O show, cujos ingressos de plateia haviam esgotado faz tempo, veio pela segunda vez a Porto Alegre, mas dessa vez com mais sabor, afinal todos sabemos dos rumores do fim das turnês da banda.

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Falando assim até parece q eles não são mais os mesmos… E não são, são melhores!

É estupidamente incrível o que os bad boys from Boston fazem no palco, na beirada dos 70 anos, com tanta energia e especialmente talento. Eu me perguntei algumas vezes como a cantoria do Steven estava tão perfeita, ali, ao vivo.

Simpáticos como sempre, os caras foram uns queridões com a platéia, seja jogando longe seus óculos, suas roupas, até chegando a ficar de mãos dadas com os fãs mais perto do palco. Aliás, vale ressaltar também o belíssimo trabalho de filmagem durante o show, que passava no telão para os sentados mais longe, o que me deixou curioso para um próximo dvd, quem sabe. Compra certa.

Desde a primeira música, a plateia foi à loucura, começando com “Back in the Saddle” e encaixando o hit “Love in an elevator”. Hit seria uma palavra que se repetiria muito aqui se eu continuasse escrevendo sobre as próximas do repertório como “Cryin'” e “Crazy” (que sequencia, gente <3). Em “Dude (looks like a lady)”, Mr. Tyler lançava o mic para os fãs e todos em plenos pulmões cantavam com aquele baita sorriso no rosto – sem contar as dancinhas, né.

A parte “Meu Deus esses caras são demais mesmo” veio quando, para contribuir com a campanha do Outubro Rosa sobre prevenção do câncer de mama, a banda incluiu a já clássica “Pink”, do álbum Nive Lives, que ficou de fora de shows anteriores. É em momentos como esse que Steven Tyler mostra o que sabe fazer com uma gaita de boca.

E a contribuição com a campanha não ficou somente aí, o baixista Tom Hamilton e o baterista
Joey Kramer usavam o laço rosa como adorno em suas roupas, e o guitarrista Joe Perry passou dessa música em diante usando uma camisa rosa, com todo estilo.

Esse merece umas palavras à parte só por demonstrar toda destreza, precisão e sabedoria de quase 50 anos na estrada. Impecável até para agradar os fãs gaúchos com uma aparição em frente ao Monumento ao Laçador que passou em imagens no telão durante o show. Não precisa nem dizer a gritaria que se formou nesse momento.

“I don’t want to miss a thing” deixou o público aos prantos, como a mãe e a filha que estavam atrás de mim, coisa linda de se ver e sentir. Essa música divide lugar na trilha do filme Armageddon (obrigado Bruce Willis) com a próxima do show, um cover dos Beatles, “Come Together”.

Os fãs nem tão das antigas, como eu, deram aquela esquentadinha nos pés aos primeiros sons do riff de “Walk This Way”, que é uma música antiga, mas que caiu no gosto da galera com a versão feita com o Run D.M.C.. Logo depois, a banda deu uns 5 minutos para uma respirada, só pra deixar a gente sem ar com “Dream on” e “Sweet Emotion”, assim, finalizando a épica apresentação.

Depois disso tudo, acho que a idade deve ser uma coisa revista de vez e não ser definida por números ou aparência. Entre tanta idas e vindas, bons e maus momentos, premiações e críticas, o Aerosmith demonstra como deve ser feito.

Definitivamente eu quero envelhecer como eles, e creio que vocês também.

Porque afinal, se é pra andar de um jeito, que seja do jeito do Aerosmith.

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12/10/2016

Juliano Mosena