Resenha | Lolla Brasil 2018: o final não poderia ter sido melhor

26/03/2018

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Carolina Santos

Por: Carolina Santos

Fotos: Divulgação

26/03/2018

O dia mais agitado do Lollapalooza Brasil começa. No domingo as pessoas realmente chegaram muito mais cedo, para louvar Lana Del Rey na grade ou esperar The Killers subir no palco. O clima, que eu acreditaria já ser de cansaço no segundo dia, foi completamente ao contrário. Quatro da tarde era hora de passar pelo Palco Axe vendo muuuuuita gente rebolando ao som de Tropkillaz. Mesmo. No meio do sol, descalços, só de meia. Os limites para quem já havia vivido dois dias de Lolla com sol simplesmente se foram. Remixes de sucessos como “Humble” e aquelas que a gente ama do MC Livinho levantaram uma multidão. Eu nunca tinha visto nada parecido no festival. 

Mas até chegar em Tropkillaz, Sofi Tukker já havia agraciado com sua presença no palco ao lado, seguido de Tiê. Infelizmente, chegar cedo no terceiro dia é para quem quer grade. Atrações como Francisco El Hombre e Mahmundi foram prejudicadas com isso, mas também tem a oportunidade de mostrar seu trabalho pra um público que provavelmente ainda não os conhece. 

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O apreço da dupla Sofi Tukker pelo Brasil já era conhecido, visto que a Sophie morou no país por um tempo e compõe em português, inclusive conversou com a plateia em nosso idioma nativo. Isso já cativa na hora. “Drinkee”, canção mais conhecida pela galera daqui, é escrita em português. Os dois não escondiam a alegria em tocar para um público tão fervoroso. 

Tiê começou logo depois e não deixou a peteca cair. Os palcos são bem próximos, então foi basicamente um deslocamento de quem assistia a dupla, para ver Tiê para uma apresentação ao vivo do álbum Gaya, misturando suas canções alegres com hits tristes que comoveram a plateia.

No backstage, já circulavam Liam Gallagher e sua banda, assim como Aurora conversando e chamando atenção com seu look simplesmente Aurora. Hora perfeita pra recuperar as energias num lanche, mesmo que fosse pra perder Khalid. Alguma coisa se perde nessa maratona calorosa de Lolla. 

Liam também era uma das atrações que acumulava público bem antes do horário, e ao subir ao Palco Budweiser no fim do dia, foi bem recebido. Ok, brasileiro gosta muito de atração que interage, que desce do palco e conversa em português, mas já sabíamos que não dava pra esperar isso do Liam. O objetivo era ver um setlist bem executado e desta vez, do início ao fim, coisa que não aconteceu nem na edição do Lolla em Chicago e muito menos no Chile. Tem muito de Oasis no show, é um espetáculo saudosista, com razão.

Confesso não ter esperado o final do Liam, pra poder correr até o Ônix esperar ela: Lana Del Rey. E ela entrou no palco em seus melhores dias, esqueça o “queria estar morta”. Ela queria estar viva. Vivíssima. Sensual e dando o melhor da sua voz incrível ao vivo. Tocou até canção do primeiro álbum, Sirens, de 2012. Desceu, beijou fã, escutou sugestões pra tocar, sorria, dançava. Era atração para palco Budweiser, provavelmente na mesma ou até em maior proporção que Imagine Dragons. Um dos melhores shows que vi no festival, que faz você esquecer a dor nos pés e o suor que acumula por estar rodeada por uma multidão e cantar (ou louvar como os fãs dizem) de pé junto com ela. Observação importante: mesmo com multidões reais, os deslocamentos nas saídas dos shows eram incríveis e rápidos. As pessoas realmente foram rápidas, educadas e organizadas nesse sentido.

A maioria saiu de Lana para esperar The Killers, mas isso não diminuiu tanto assim a audiência do Wiz Khalifa ao lado. Era hora de assistir “Black and Yellow” e o até pouco tempo, clipe mais assistido do YouTube: “See You Again”. Tirando isto, e as diretíssimas referências a maconha, com direito a baseado gigante e cigarros infláveis na plateia, o show era para fãs. 

Enfim, chegou a hora de ver o que Brandon Flowers poderia apresentar ao vivo com o The Killers. Ao contrário do ano anterior, foi um fechamento mais carismático, com canções conhecidas, coros altíssimos, plateia lotada, interação com o público e mulher na bateria. Sim, a Dedé Teicher do Multishow levou um cartaz pedindo para participar e o Brandon autorizou, como de costume. A canção era “For Reasons Unknown”. Curioso é que nessa canção os telões foram desligados. Uma longa queima de fogos terminou a terceira e última noite. Valeu a pena. Era o que diziam no caminho para a saída do evento. Já aguardamos o line-up 2019.

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26/03/2018

Social Media e frequentadora assídua do Twitter (@caroldeverdade).
Carolina Santos

Carolina Santos