Mayer está de volta para a luz

23/09/2013

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

23/09/2013

Mulheres de 30 anos levando a mão à boca naquele que provavelmente era o seu primeiro show do ano. Loiras do tipo groupie, que carregam no bolso lápis barato e chupam pirulito de coração. Jovens com os dedos trêmulos descascando o esmalte furta-cor. Em um show recheado de hits, John Mayer prova que é um artista de mulheres – e isso não deve ser visto como uma coisa totalmente ruim.

Pelo amor que suas garotas nutrem por ele, John tem seu passe livre garantido e abusa da situação. Com olhos mesmerizados, descobre um público que louva qualquer movimento seu – mas, ainda sim, recebe mais aplausos quando tira o casaco do que quando estende o solo de “Vultures”. Em uma abertura que arrepiou até os marmanjos, John entrou no palco ao som dos Meninos do Morumbi, grupo formado por crianças e adolescentes como uma alternativa às drogas e delinquência.

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Depois de mais de três anos longe dos palcos, Mayer está mais experiente, e muito mais sensível. A impressão que se tem é a de que ele finalmente encontrou o seu estilo (marcado em seus dois últimos álbuns, “Born and Raised” e “Paradise Valley”), e encontrou a confiança para falar de suas inseguranças. Seus movimentos no palco são mais naturais, seus solos mais espontâneos.

john mayer show sao paulo

(Fotos: Ingrid Flores)

Estigmatizado por suas garotas, John surpreendeu quem acreditava que sua música não ia além de versos sobre um corpinho gostoso. O seu crescimento musical ainda precisa ser percebido pelo público como o trabalho de um grande guitarrista, e não de um simples artista pop de mulherzinha. E quem sabe essa nova fase virá com os novos fãs. A faixa do público que mostrava seu amor com elogios ao físico do moço já começou a ser substituída por uma plateia púbere que estava lá para simplesmente comprovar a sua grandeza – ou quem sabe que ainda não amadureceu a sua sexualidade.

Se redimindo dos anos longe dos palcos, Mayer voltou com tudo. Mostrou que “Paradise Valley” não é um disco para ser ouvido em casa, mas sim ao vivo. Mostrou que os anos de reclusão só lhe fizeram bem, e que ainda leva os fãs às lágrimas em solos que fluem naturalmente de seus dedos longos e rápidos. Mostrou que a luz que ilumina 35 mil pessoas vem de uma guitarra, e não de um holofote.

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23/09/2013

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