Não faltaram boas conversas em 2023: dos responsáveis por alguns dos melhores discos do ano, passando por artistas que desembarcaram pela primeira vez no país, até mesmo fenômenos virais. Ao longo deste ano, publicamos uma série de entrevistas que merecem ser revisitadas:
“O que mais tem me despertado o desejo é a produção, certamente. No sentido de construir mundos, eu me considero uma pessoa que trabalha com estética, arte, sinto que a produção tem um caminho de identidade e estética, evocação, que me interessa muito” – Ana Frango Elétrico
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“A endorfina te leva para outros lugares. Eu não andava, mas poderia imaginar que estava longe dali. Voltei a acreditar em mim” – Anne Jezini
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“O conceito de popular e experimental hoje em dia são chapados, totalmente destituídos de emoção e de sentimento. Não querem dizer nada. Quando falo de um disco popular, isso não é contra o experimentalismo, muito pelo contrário” – Ava Rocha
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“Estamos aqui para fazer música boa e o resultado disso é fazer shows. As coisas estavam boas antes de tudo isso acontecer, agora seguimos nos divertindo entre nós. Se tiver outro hit, beleza. Não sabia que ‘Acorda, Pedrinho’ aconteceria” – Bernardo Pasquali (Jovem Dionísio)
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“Venho subindo degrau por degrau, sem ascensão meteórica, sem fórmulas fáceis de superhits. E são coisas que eu poderia ter feito, não tenho nada contra quem optar por isso, mas a minha escolha foi trilhar um caminho sólido e de longevidade” – Don L
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“Não quero que a história esteja presa em ter um papel crítico. O papel de uma história é contar uma história”– Ed Motta
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“O novo disco surge depois dessa viagem, onde eu quis fazer uma parada mais dançante, que soasse uma coisa mais noturna, noir, aquela coisa dos letreiros em neon de Nova York” – FBC
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“Trouxe o corpo de uma Filipe que esperei muitos anos para conseguir expressar no palco. Foi muita terapia, muito chão de boate, chute na cara, desilusões amorosas até me sentir pronta para arrasar” – Filipe Catto
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“Será que, como cientista, eu poderia estar resolvendo problemas importantes? Por ser um entusiasta da música, entendo o poder que ela tem de trazer energia e sentimentos. É difícil medir como posso ajudar pessoas porque não é algo óbvio até a gente responder uma entrevista como essa. Por outro lado, é muito mais fácil entender a grandiosidade de um laboratório que tenta encontrar a cura para um vírus” – José González
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“O meu show é sobre romance. Falo para a galera: ‘manda essa música pra ela!’. Vejo o pessoal se paquerando e incentivo isso” – Karen Francis
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“Quantas noites não voltei de um bar ou uma festa porque não aguentava mais o assunto dos humanos, e chegando em casa liguei no Discovery Channel ou no Nat Geo, e ali aprendi que na língua da baleia azul cabem 50 pessoas” – Letrux
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“A vitalidade tem a ver com não esmorecer, sentir e entender até onde posso chegar com a minha voz” – Lia de Itamaracá
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“O meu espírito se expressa pela música, pela minha voz, pelo o que eu faço. Escrever foi um jeito de existir no mundo e de romper com silêncios” – Luedji Luna
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“A gente nunca esteve tão conectado com a nossa realidade, mas nunca tão desconectado com a gente. Acho que é um álbum menos religioso, no sentido de carregar símbolos, mas ao mesmo tempo, propõe um mergulho no sentido de: quantas ilusões eu preciso tirar da frente para conseguir me encontrar? E a partir desse momento, me achar e transcender” – Luiza Lian
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“Me identifico com uma frase da compositora Caroline Shaw – a beleza está nos detalhes das repetições. Depois disso, comecei a gostar do que se repete. Tentamos equilibrar esse pop experimental” – Lumanzin (131)
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“Eu sou muito apaixonada pelos objetos, eu converso com eles desde pequena. Até estava lendo agora o livro da Rita Lee e vi que ela também tem isso, muito fofa, de quase acreditar que tudo tem vida. Eu sou muito assim, acredito desde pequena nisso, converso com as minhas bonecas, tenho elas até hoje, cada uma tem um nome” – Mãeana
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“Me sinto madura com relação ao que eu quero da minha arte. Eu entendo exatamente qual é a cara, o gosto e o cheiro do que eu quero apresentar para o mundo” – Marina Sena
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“Sucesso é incrível no sentido de expandir o nosso trabalho. Dá ferramentas e capital para a gente poder executar o nosso projeto e tal. Esse crescimento do corre em si possibilita muitas coisas e tira um pouco as limitações das ideias e dos projetos que a gente pode fazer” – Matuê
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“A música está muito integrada em todo o tipo de estilo de vida na Mauritânia, e como a espiritualidade é uma grande parte da vida, obviamente a música e a espiritualidade se fundem, tudo faz parte do mesmo tecido” – Noura Mint Seymali
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“Dá trabalho pedir a locais que não costumam ter jazz que passem a ter jazz. Locais de rock ou indie também são perfeitos para nós. A mentalidade de onde as pessoas acham que o jazz pertence está mudando” – Nubya Garcia
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“O que tem que saber primeiro é que somos nós, os seres humanos, a própria política. Assim, não temos como diferenciar a política da espiritualidade, pois elas andam de mãos dadas. Se a política quer continuar, durar, ela precisa voltar-se para a tradição, sobretudo em período de crises políticas, a política não pode mexer na tradição, ela deve respeitá-la, senão não há política” – Orchestre Poly-Rythmo de Cotonou
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“Só fazendo arte, no meu caso, para me sentir vivo, né? Nesse período, principalmente, do disco, o que me salvou de não entrar em depressão e ansiedade foi justamente criar, ficar toda hora escrevendo. Tanto que eu desenvolvi até um método bem legal, que tá funcionando para mim. Quando eu vou escrever, eu começo a ler um livro” – Rodrigo Ogi
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“O candombe, como todos os ritmos do mundo, como o samba, o frevo, tudo, não tem música, é um ritmo. E nós, os músicos, roubamos o ritmo para fazer música” – Ruben Rada
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“A música de hoje é, na maioria das vezes, “montada” com colagens, sobreposições de camadas, rompimentos, contrastes. Eu sempre compus assim, enfatizando esses contrastes: contrastes entre as partes de uma mesma música, contrastes entre as músicas de um álbum ou show” – Sergio Molina (Música de Montagem)
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“O segundo disco, mesmo com seus hits explosivos, acaba indo para uma atmosfera mais intimista, experimental e melancólica. A gente esquece que tem muitas maneiras de emocionar as pessoas, e nem todas têm a ver com gritar e pular” – Téo Serson (Sophia Chablau e uma enorme perda de tempo)
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