Por Rafael Carvalho
Fotos: Samuel Esteves
Todo mundo diz que só se pode julgar uma banda quando finalmente é possível vê-la ao vivo. E, na noite desta quinta, 31, tiramos isso em prova. En Vivo.
Sinceramente, ouvindo a banda por esse ano, em que todo mundo falava – inclusive o próprio Morrisey – que o The Drums é o novo The Smiths, eu me mantinha em cima do muro. E me mantive até as 23:12 dessa noite, quando o Drums entrou no palco do Estudio Emme. Conversando com os integrantes antes do show, eles haviam falado da empolgação de tocar no Brasil, que é o um país em que eles nunca estiveram, e que seria o primeiro show em meses fora de Nova York.
A plateia, um misto de adolescentes meio eufóricos e mais um monte de gente que nem eu, que não sabia, mas estava prestes a pagar a língua em instantes. Logo na primeira música, o pessoal respondeu do melhor jeito brasileiro: com muito fervor. A banda parecia atônita com todo mundo cantando em uma só voz. O sorriso largo no rosto de Jonathan, o vocalista, era deslumbrante.
Na pausa pra dar uma respirada, eles até cumpriram um protocolo de bandas mais fofas, e Jonathan vestiu uma camiseta da seleção canarinho, número 9, com The Drums nas costas. Fenômeno? Pode ser que sim. Pode ser que não.
E assim eu me livrei da imagem meio boring e blasé que o CD da banda me passou, para ver um monte de meninos tocando com vigor e levando o público no mesmo tom até o final. Quando todo mundo deu por si, foi anunciada a última música. O gostinho de quero mais ficou, e a banda provou por A+B, não que sejam o novo Smiths, mas que conseguem fazer um show com vitalidade do começo ao fim, contagiando toda a plateia.
Se o segundo CD for nessa levada – que eles mesmos dizem que vai ser, já que não se muda de estilo musical como se muda de roupa – a aposta da NME estava certa, e a banda fará bastante barulho (bom) em 2011. Estamos de olho. E viramos melhores amigos, depois de passar mais de 12 horas com a banda. Aguarde o diário do The Drums em SP, na próxima edição de Noize.
