Tradição e desconstrução na terceira noite do festival Se Rasgum

17/11/2017

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Marília Feix

Por: Marília Feix

Fotos: Caio Brito

17/11/2017

A terceira noite do 12º Festival Se Rasgum foi às margens do rio Guamá, na Estação das Docas, lugar lindo para se ver o pôr do sol de Belém. Com entrada franca, a partir das cinco da tarde o som da batalha de B.Boys 2vs2 já fazia a trilha sonora para criar a atmosfera dos três shows que estavam por acontecer.

Pra começar, a cantautora paraense Juliana Sinimbú trouxe suas canções dramáticas e inundadas de dores de amor e ironia. “Agora eu vou cantar um arrocha para os corações que foram castrados pelos canalhas!”, declarou antes de começar a interpretar “Para Um Tal Amor”. Com dez anos de estrada, Juliana lançou este ano o seu segundo disco, Sobre Amor e Outras Viagens, produzido em parceria com Arthur Kunz e mixado por Martin Scian.

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Na sequência o Baile do Mestre Cupijó fez uma festa no palco para homenagear o músico que faleceu em 2012 e foi responsável por incorporar o saxofone às sonoridades tradicionais de comunidades quilombolas do Baixo Tocantins. Conhecido por reinventar o siriá, variação do batuque africano com elementos semelhantes ao carimbó, Mestre Cupijó é considerado uma lenda paraense e foi lindamente representado por uma big band de músicos ilustres e convidados especiais, como a Keila Gentili, da Gang do Eletro.

O clima já estava pronto para receber os brasileiros e mexicanos da Francisco, El Hombre em sua primeira apresentação no Pará. Quem já assistiu a um show deles sabe o quão potente é a energia e a mensagem que eles transmitem. Em meio a um carnaval de danças e alegria, abordam temas delicados da nossa política e sociedade brasileira, com uma capacidade de comunicação e empatia que só a música bem realizada sabe trazer. O “inferninho maravilhoso”, como a própria banda chamou o show, teve direito à apoteótica “Tá com Dólar, tá com Deus” misturada com a clássica “O Meu Sangue Ferve Por Você”, do Sidney Magal. O carisma da banda e a receptividade do público de Belém, que dançou abraçado e rebolou até o chão, não deixaram dúvidas de que a noite foi tão colorida quanto o pôr do sol do rio Guamá.

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17/11/2017

Marília Feix

Marília Feix