‘The 2nd Law’: O novo disco do Muse faixa a faixa

02/10/2012

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

02/10/2012

Artista: Muse

Álbum: The 2nd Law
Gravadora: Warner Music

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_por Nícolas Gambin

 

 

 

The 2nd Law é o primeiro álbum do trio britânico liderado por Matt Bellamy em três anos. E é um emaranhado de influências  diversas e pequenas novidades. Pequenas, pois o Muse não nega fórmulas há muito utilizadas pelo grupo, que, certamente, viveu o seu auge lá pelos idos de 2000.

O resultado, dessa vez, é um repertório irregular que, na primeira audição, pode parecer “mais do mesmo”. Mas, confesse, eles são bons naquilo que sabem fazer, repetitivos ou não.

“Supremacy”, a abertura, mescla compassos ao estilo de “Kashmir” (Led Zeppelin) com auras de marcha de guerra, o que deixa tudo no aspecto de ópera-rock. É seguida por “Madness”, o primeiro “susto” do set. Música que

faz o fã revoltado xingar bastante no Twitter – “O Muse virou electro, que lixo!!” –, culpa da base sintetizada, executada por uma Kitara (um synth em formato de guitarra, sem cordas, controlado por um painel tátil). Mas calma. É daquelas belas melodias que grudam de cara, além de trazer vocais cuidadosos (Queen?) e um solo super cool de Matthew Bellamy (Brian May, na certa).

“Panic Station”, nova surpresa, brinca de plágio-homenagem a INXS (“Suicide Blonde”), Stevie Wonder (“Superstition”) e Michael Jackson (“Thriller”). Porém, “Survival”, o tema das Olimpíadas de Londres, fora de seu contexto de “hino olímpico”, soa deslocada, monótona.

“Follow Me” se inicia com batimentos cardíacos do filho de Matthew, captados por seu smartphone, e possui levada dance, confirmando: sim, o Muse está electro e você está liberado para xingar no Twitter. Todavia, “Animals”, talvez o ponto alto do set, mostra a banda em seu espectro tradicional – embora bem mais leve. A bateria, quebrada, cadencia arpejos curtos e afiados. Para depois tudo explodir na parte final.

O ritmo de “Explorers” suscita algo parecido com o que faz o Keane, um soft rock. Na letra, um ser estrangeiro clama por liberdade em tempos de monopólios, negociatas escusas e especulação territorial.

“Big Freeze” quebra a introspecção da faixa anterior, pulsando animada e pop numa pegada quase funk. O instrumental e a impostação de voz lembram um pouco o U2 clássico, não fosse o refrão pesado. É o tipo de música-chave para levantar plateia de estádio e fazer o público pular embasbacado.

Tormentas pessoais sempre rendem boas canções, não é novidade. “Save Me”, escrita pelo baixista Chris, trata de conflitos familiares apresentando climas espaçados e o vocal arrastado, adereçado por acordes carregados de ecos. É um lamento ao mesmo tempo esmorecido e esperançoso.

Ela faz dobradinha com “Liquid State”, outro desabafo de Chris – mas aqui, áspero e duro. É o momento de peso, no qual os riffs são dobrados pelo baixo distorcido, sua marca registrada. Como o título denota, a canção fala dos copos e copos que o dito cujo costumava ingerir. E é ele mesmo quem canta, num tom grunge e denso. “Unsustaintable”, composta após o grupo assistir ao DJ de dubstep

Skrillex, inclui orquestrações, efeitos à Tom Morello, distorções, uivos, talk-box e sintetizadores mixados de modo insano. Junto de “Isolated System” forma o alerta final do trio para um futuro apocalíptico. Dois gritos caóticos, desafiantes e psicóticos.

Avaliação: Dá um caldo

Pra quem gosta de: Keane, The Killers, Placebo

@nicolasgambin é jornalista freela e aprecia tocar The Meters com os amigos nas horas vagas.

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02/10/2012

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