Foto: Ariel Martini
Tom Zé, um dos rebeldes da música popular brasileira, é quem estampa da capa da NOIZE #64. E a sua extensa biografia, que renderia perfeitamente a história de um herói da arte, foi o ponto de partida para entrevista que realizamos com o cantor, na nossa mias recente edição impressa.
Na música, Tom Zé diz que é inocente, fraco, incapaz da violência ou de seguir mandamentos. No Brasil, por outro lado, é referência confessa para uma nova geração de músicos com quem tem estabelecido um fértil e interessante diálogo. Convidamos três deles para fazer uma pergunta a Tom Zé. E as respostas, que não entraram na revista, você pode conferir aqui.
Tulipa Ruiz
Querido Tom Zé, recentemente você gravou com o Pélico, Trupe Chá de Boldo e O Terno. Nos encontramos no show do Emicida, depois na casa da Gaby Amarantos, que ia te levar para um passeio nas aparelhagens de Belém. O seu interesse pelo agora é extremamente importante para nós, que temos você como referência fundamental na nossa formação/coração. Como é estar no agora?
Bando de beijos, Tulipa.
Minha querida Tulipa que deu raiz, você sabe que em todo canto se fala de você? Outro dia, Rémy, que é produtor na França, me disse que estava impressionado com os últimos trabalhos seus. Realmente, Pélico, Boldo, Terno, casados com Emicida, Gaby, aparelhagens e Belém, me deram gosto de viver nos últimos dias. É assim que eu estou agora.
Lucas Santtana
Tom Zé, você acompanha futebol? O que está achando da nossa seleção brasileira para a Copa, tendo em vista que o grupo está praticamente formado?
Realmente, Luquíssimo. É a segunda Copa que eu acompanho no Brasil. Em 1950, eu tinha 13 anos. Aquela derrota foi terrível. Agora o grupo está ótimo e Felipão também. Só estou com medo porque ele disse que a Copa estava ganha. Ora, esse foi justamente o problema de 1950.
Tatá Aeroplano
Tom Zé, sou muito fã das músicas “Escolinha de Robô” e “Guindaste à Rigor”. Quando você compôs elas? E quais as inspirações que fizeram elas nascerem?
“Escolinha de Robô”, Tatá, eu fiz pensando no procedimento da sociedade brasileira naqueles anos de 1969. Como se a gente, na canção, estivesse tentando ensinar um robô a sorrir. “Guindaste a Rigor” é da mesma época e eu queria que a canção ficasse com palavras pesadas, como se fosse uma guitarra de heavy metal.