J Mascis elétrico > J Mascis acústico

05/09/2014

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

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05/09/2014

O que levou J Mascis a novamente trocar seus calafrios elétricos pela sonoridade quase infantil de seu violão Martin? Será a idade responsável por esse escambo? Acredito que não. Em Tied to a Star (2014), Mascis soa mais conservador do que a vasta produção do Dinosaur Jr. dos anos 90, mas ao mesmo tempo segue intimamente estranho, afeito às suas melodias tradicionais, dando continuidade ao seu antepenúltimo e mais poderoso álbum (no sentido poético) Several Shades of White (2011).

É claro que J Mascis acústico dificilmente ultrapassará J Mascis elétrico e que eles tendem a coexistir – visto que diversas faixas do novo trabalho flertam com ambas tendências, ou seja, solos de guitarra flutuam sobre camas de violão. A questão não é se um é melhor que outro, mas se os fãs de um dos mais influentes indie guitar heroes de todos os tempos conseguirão lidar com essa consolidada mudança. Apesar dos pesares, a essência ainda é a mesma.

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Tied to a Star começa muito bem com “Me Again”, que é um deleite para os sentidos, um ótimo exemplo de que um bom barítono pode executar excelentes falsetes permeados de emoção. “Every Morning” e “Heal the Star” assemelham-se com o Dinosaur tradicional, repletas das agruras amorosas que são a base sólida do rock n’ roll. Já “Wide Awake” flerta com o pop mais claramente que qualquer outra canção – é uma composição mais artificial, ou melhor, superficial.

“Stumble” certamente fará o mais fiel dos fãs titubear, pois Mascis se coloca novamente, de corpo e alma, ao lado de sua melancolia elétrica, na qual lembranças e arrepios dançam de rostos colados. “And Then e Drifter” (instrumental) não tem a mesma consistência de “Trailing Off” e “Come Down”, as quais preparam e aguçam o ouvinte para o grand finale. “Better Plane” é um exemplo esplendido de como um disco de rock (acústico, elétrico ou digital) deve terminar.

Embora Tied to a Star seja um álbum aprazível e sincero, a totalidade da obra não faz jus a lenda chamada J Mascis. Indubitavelmente, essa década ainda está longe de novas estrelas, e, talvez, tenhamos que viver os próximos anos atrelados ao pouco que ainda nos resta de bom do período jurássico.

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05/09/2014

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