Brendan Benson não é apenas o vocalista e co-fundador do The Raconteurs. Cantor, compositor e multi-instrumentista, Benson possui no currículo três belíssimos discos solo. O último deles, “What Kind of World”, foi lançado no mês passado e será a base dos shows que ele já está realizando no Brasil, desde o último final de semana.
Com o seu jeito tímido e típico de quem gosta de envolver todas as suas respostas em mistérios, Benson nos atendeu na semana passada, direto da sua casa, em Nashville, nos Estados Unidos. A entrevista, que precisou ser interrompida por um ou dois minutos, para que o músico tomasse conta do seu filho recém-nascido, é a prova mais evidente da nova fase que vive Brendan Benson, muito mais família. “Estou fazendo isso por Declan [nome do seu filho]. Ele é como se fosse a minha banda agora”.
Essa é a sua primeira passagem pelo Brasil. O que você espera dos shows por aqui?
Não sei muito o que dizer, pois será a minha primeira vez no Brasil. Espero que seja divertido. Eu tenho ouvido bastante comentários sobre o público brasileiro, que vocês são animados e que se divertem bastante nos shows. Tomara que seja assim.
O disco anterior foi produzido pelo Gil Norton e mixado pelo Dave Sardy. Por que você fez tudo sozinho dessa vez?
Isso não foi uma coisa que decidi ou planejei fazer. Eu simplesmente estava gravando as minhas músicas por conta própria, como sempre faço, quando surgiu a possibilidade de juntar tudo num disco. Eu já estava fazendo o álbum, mesmo sem saber. Foi assim, quando me dei conta estava trabalhando sozinho nele.
Há alguma influência do The Racounters no seu novo álbum?
Eu acho que não.
O nome do álbum “What Kind of World” tem alguma relação com o nascimento do seu filho?
Às vezes eu acho que o nascimento do meu filho está muito bem refletido no disco Às vezes acho que não. Talvez a influência esteja num outro nível. Ser pai coloca mais pressão em você e o trabalho no estúdio não é mais da mesma forma como antes. Tem músicas no disco que eu escrevi antes do meu filho nascer. Então, é legal notar essas diferenças.
Você está fazendo muitos shows para divulgar “What Kind of World”. E depois, o que você pretende fazer?
Eu quero investir mais na minha carreira de produtor. Como músico, acho que já fiz muita coisa. Talvez seja a hora de trabalhar mais tempo no meu estúdio, mais perto da minha casa e da minha família. Pode ser também que eu venha a trabalhar num disco novo do The Racounters. Ficar em casa mais tempo tem sido proveitoso nesse sentido também.