Ouvir do próprio Lee Ranaldo que o show de Salvador foi um dos melhores da recente turnê solo que passou por Brasilía, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, é emocinonante. Depois de mais um mês de espera para o dia do show, finalmente, chegou o dia 15/09 que trouxe consigo o Cine Teatro Solar Boa Vista lotado e repleto de fãs, principalmente do Sonic Youth.
Antes do show, eram muito os comentários sobre o formato “solo e acústico” e se esse conseguiria ser suficientemente raivoso para entreter uma plateia saudosista, a princípio, da extinta ex banda dele. No primeiro acorde, estas dúvidas foram dissipadas e presenciamos um músico maduro, sensível e com domínio perfeito sobre suas ferramentas de trabalho. No repertório, músicas do “The Dust”, algumas inéditas e uma versão para “Ocean”, do Velvet Underground.
Na segunda música o Lee já dominava serenamente a atenção de todos e seguiu assim até o final, entre manifestações de #foratemer partindo da platéia. O músico falou sobre a nota de $50,00 que encontrou no Rio de Janeiro com a referida expressão carimbada na cédula, para delírio de parte da platéia. Aliás, a única palavra dele em português foi um sonoro “golpista”.
Uma noite histórica para Salvador que começou ainda na véspera do show, ocasião em que Lee Ranaldo deu as caras e pousou para fotos com fãs, no lançamento do Livro de fotos de Acauã Novais Lee Ranado – Largo da Batata, que registra o show que ele fez com o The Dust em São Paulo no ano passado. O local escolhido foi o Coaty, localizado no centro antigo de Salvador e projetado pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi.
De uma só vez, Salvador volta a figurar como passagem possível para shows não comerciais no Brasil, impulsionados pelas parcerias que o LOW Fi vemm estabelecendo com outros produtores nacionais. Em julho quem veio, a convite da Low Fi produtora, foi o lendário Peter Brotzmann e sua Full Blast, expoente máximo da cena de livre improvisação e free jazz europeus.
Quanto a polêmica me torno do formato acústico, ficou no passado e o público baiano levará consigo a lembrança desse show visceral e delicado, ao mesmo tempo. Avante!