_foto: Rodrigo Esper
Rodrigo Esper bate ponto – e muitas fotos – pro site I Hate Flash. Sim, o cara é fotógrafo, e dos bons. No Festival MECA 2012, foi ele quem fez o registro fotográfico para a Noize. Aterrissou em terras gaúchas, passou o dia e a noite com a câmera em punho e, na sequência, pegou um voo de volta para o Rio de Janeiro pra trabalhar um pouco mais. Sem dormir, claro.
Como você já sabe, a mostra Red Bull 3 Músicas Sem Flash está de volta. E o Rodrigo é um dos 20 fotógrafos que vai expor suas obras nos dias 13, 14 e 15 de julho, no Banx, em Porto Alegre. (Confirme sua presença aqui.)
Confere abaixo o papo que batemos com o cara sobre a cobertura de shows: indiadas, odisseias e um equipamento respeitável nas bagagem.
NOIZE: Autodescrição.
Rodrigo Esper: Gosto de dizer que o meu nicho na fotografia é o das coisas que eu mais gosto. É fácil até, se eu sinto interesse/vontade de registrar algo, de criar uma interpretação visual própria daquilo, de me infiltrar e adicionar, eu fotografo. Na prática, shows, festivais, moda, festas, e tendências urbanas em geral. Acho que pode ser dito que sou um fotojornalista cujo foco é a própria zona de interesse. E que mal há nisso, né?
NOIZE: Sonho de consumo de show pra clicar.
RE: Minha banda preferida, Tokyo Jihen. Já era fã da banda e conheci o guitarrista dela em uma tour que fiz pela América Latina, com uma banda japa. Lembro do último dia da tour, eu indo embora, carregando mala pra caramba, e ele se jogando nas minhas costas falando pra não ir embora. hahaha São essas coisas que fazem valer a pena, sabe?
NOIZE: O que não pode faltar no arsenal pra cobrir um show?
RE: Cada show pede um tipo de equipamento, palcos enormes pedem tele, palcos escuros lentes claras, show underground pede fisheye e flash, e por aí vai. Na prática, eu uso uma Nikon D300, com grip, fisheye 10.5mm, uma 50mm 1.4, 85mm 1.4, e 70-200mm 2.8. É um puta kit satisfatório, mas tô suando frio por um corpo novo, já que uso esse tem uns 5 anos já, e já devo ter feito uns 600 mil disparos com ele (sem exagero!).
NOIZE: Maior malandragem/safadeza pra conseguir um retrato?
RE: Sem sombra de dúvida, esta foto da equipe da Janelle Monae, no Rock in Rio.
Ela resolveu ir na tirolesa, e não avisou ninguém. Lá estou eu, no backstage, e passa ela e mais uns 10 membros da equipe, indo pra lá, sem escolta, sem nada, crente que estava em um país civilizado heh! Parei todos, usei da experiência que tinha em produção pra organizar uma escolta e um esquema de segurança. Consegui colocá-los lá dentro depois de maior sufoco, e consegui essa foto, puta exclusiva, que foi para todos os principais portais de notícia do Brasil no dia.
NOIZE: E a maior malandragem/safadeza sem sucesso pra conseguir o retrato.
RE: Fui fazer um retrato do Mayer Hawthorne, pra Noize, no M/E/C/A. Tava empolgado, sou fã do cara e da revista. Daí pensei em meter uma dupla exposição, com o flash fora da câmera, fazer uma foto artística improvisada irada. Na hora da foto, a sapata do flash começou a dar problema, e ele tava disparando com a intensidade que queria, tava um caos, não consegui balancear, tava suando frio. No final das contas, fiz a foto, mas ela ficou muito meia boca. Puta decepção.
NOIZE: Qual foi a maior odisseia para tirar um foto?
RE: Porra, o festival Summer Sonic, em Tokyo. Fui eu e o Fernando Schlaepfer, outro fotógrafo do I Hate Flash. A gente embarcou sem ingresso, sendo que o festival tava sold out. Eu consegui um por um site de leilões japa, comprei, mas perdi no hotel. Fomos pra lá e só conseguímos arrumar com cambista mesmo, por quase 400 dólares cada. Já estávamos lá, do outro lado do mundo, não tinha como, compramos. Meu bolso chora sangue até hoje.
NOIZE: Algum sonho de click consumado?
RE: Fotografar o Coachella. Fotografar festival sempre foi um sonho, nunca me imaginei viajando o mundo pra isso, mas aconteceu ! =)
