Aos 67 anos, a produtora, compositora e instrumentista Léa Freire se tornou foco do documentário “A Música Natureza de Léa Freire”, que chegou aos cinemas na última quinta-feira, 18/7. Com direção de Lucas Weglinski, o filme se debruça em sua prolífica carreira que, ainda não seja conhecida do grande público, é extremamente respeitada no país e no exterior.
Ainda na adolescência, a artista paulistana passa a estudar piano, que logo foi substituído pela flauta. Ainda que o longa foque em sua trajetória, a narrativa esbarra na relação de Léa Freire com nomes como Alaíde Costa, Filó Machado, Manezinho da Flauta, Zimbo Trio e Originais do Samba.
Ao longo de sua carreira, além de musicista virtuosa, que se aventurou entre o clássico e o popular, ela foi professora no Centro Livre de Aprendizagem Musical, do Zimbo Trio, e do Projeto Guri. Posteriormente, criou o selo independente Maritaca Discos para divulgar outros artistas.
Saiba 5 fatos sobre a trajetória da artista:
Adoção por Alaíde Costa
A família de Léa Freire não apoiava a sua carreira como flautista, para eles, a mulher na música deveria ocupar o espaço de cantora. Pela proximidade com Alaíde, ela foi morar junto com a lendária cantora da bossa nova para continuar trilhando seu caminho no mercado.
Noites paulistanas
A carreira da artista esbarra em momentos efervescentes da vida noturna da capital paulista. Na geografia da cidade, lugares como a Praça Roosevelt e a Rua Augusta são alguns dos pontos em que ela se apresentou no início da carreira.
Banda da Ana Maria Braga
Assim como Jô Soares teve uma banda formada por homens, a apresentadora Ana Maria Braga, quando ainda estava na Record, na metade da década de 1990, teve uma banda feminina em seu programa. A formação da Três daqui e Uma de Lá contou com Léa Freire, Silvia Goés, Miriam Hungria e Lilian Carmona.
Maritaca Discos
O selo independente lançou nomes importantes da cena instrumental, caso de Laércio de Freitas, Nenê, Silvia Góes, Nailor Proveta Azevedo (Banda Mantiqueira) e Arismar do Espírito Santo.
Machismo estrutural
Ao longo de sua trajetória, a artista driblou o machismo estrutural para continuar atuante no mercado da música. Não era comum escutar comentários preconceituosos como “Hermeto Pascoal de saias”, ou compará-la com outros músicos, caso de Tom Jobim e Villa-Lobos.
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