_por Cris Moro
Assisti na última semana ao tão falado On the Road (2012), a adaptação do livro homônimo, dirigido pelo brasileiro Wallter Salles. A obra conta com inspiração autobiográfica, do escritor estadunidense Jack Kerouac, que após muitos “nãos” das editoras, foi publicada em 1957.
O filme não é lá essas coisas. A produção demora para se desenrolar, deixa a desejar em muitos aspectos, falta emoção em algumas cenas – em especial na interpretação de Kristen Stewart, (né).
Tudo muito vazio. Sexo. Drogas. Sexo. Drogas. E nada de porquês.
Mas, fato é que Kerouac (1922-1969) foi um dos principais nomes na literatura do chamado “movimento beat”, que marcou artistas – em especial escritores e poetas – do final dos anos 50 e início dos anos 60 nos Estados Unidos.
E, assim como mostra o filme, a música também acompanhou a época. As festas eram marcadas pelo jazz. Mais tarde, sofreram influência do período músicos como John Lennon (e daí vem o nome The Beatles) e Bob Dylan.
De Lennon, dá pra perceber bem a influência em “It’s so hard”.
“You gotta eat
You gotta drink
You gotta feel something
You gotta worry
But it’s so hard, it’s really hard
Sometimes I feel like going down”
Do Dylan, uma das letras que mais traduzem a influência da época é “It’s All Over Now, Baby Blue”.
“You probably didn’t think I did, but I heard
You say that love is just a four-letter word
(…)
Blow up in smoke, its destiny
Falls on strangers, travels free
Yes, I know now, traps are only set by me
And I do not really need to be
Assured that love is just a four-letter word”
Tá que Dylan, como compositor, foge um pouco da estética textual de Kerouac: rica nos detalhes visuais, textos vertiginosos e rápidos, que misturam a realidade com o imaginário – beirando o psicodélico.
Mas ambos têm como identidade artística a riqueza em detalhes e as vertigens. Enquanto críticos literários detonavam o “On The Road”, Bob Dylan lançava o álbum Highway 61 Revisited (1965), fortemente influenciado pelo escritor beat.
“Now the roving gambler, he was very bored
Trying to create our next world war
He found a promoter who nearly fell on the floor
He said I’ve never engaged in this kind of thing before
But yes I think it can be very easily done
We’ll just put some bleachers out in the sun
And head out on highway 61”
Agradecimento ao Lucas Araldi