Obra de Clair Elsaesser.
_por Cris Lisbôa
Costumo roubar. Não sempre. Mas bastante. Verdade que sempre me dou ao luxo de avisar “é do Fulano, do Beltrano, do Caetano, da Takai”.
Gosto do que faço, não me envergonho, não temo, que mal pode fazer se procuro não machucar nenhum alguém? Fora que, tenho memória de cartomante da zona leste de SP e amanhã não terei mais certeza de nada do que ontem eu falei pra você portanto, quem me garante que o roubo não transmuta dentro da minha cachola a ponto de virar do avesso e se transformar em meu.
Você? Você não sabe nada de mim, meu chapa. Desconhece que até o poeta fecha o livro, sente o perfume de uma flor no lixo e fuxica. Mas é primavera, hoje o sol está tão lindo e há chuva e decidi puxar este assunto, te contar assim, de pertinho e dar umas dicas.
Está sem ideias, as palavras te fogem, não sabes por onde começar? Ouça os suspiros de alguns dos melhores compositores deste país onde não existe pecado. Inspire, respire, deixe que eles te falem. São as referências que te fazem único.
Conheça as palavras dos grandes para então esquecê-las e descobrir quais são as tuas.Porque para enxergar longe, é preciso se apoiar em ombros largos.
Abaixo, alguns lugares onde busco água quando é deserto.
“Odara” – Celso Fonseca, Ronaldo Bastos, Caetano de Gil
“Um pouco de calor”– Dan Nakagawa e Ney Matogrosso
“Com que roupa” – Noel Rosa e Nelson Gonçalves
“Coração Leviano” – Clara Nunes e Paulinho da Viola
“Mutante” – Rita – musa – Lee
E mais tem. Mas não agora. (:
@crislis é editora-chefe da Revista Noize e de gênio uma cachaça, mas de alma um guaraná.