O álbum de estréia do Chickenfoot traz um novo fôlego aos fãs brasileiros que aguardavam ansiosos por uma boa dose de rock’n’roll em meio a um cenário musical saturado por referências emo , batidas de hip hop e música eletrônica. O supergrupo é composto por Sammy Hagar (vocal), Joe Satriani (guitarra), Chad Smith (bateria) e Michael Anthony (baixo) e a produção segue com Andy Johns (Led Zeppelin/Rolling Stones), que já trabalhou com Sammy e Michael no Van Halen.
Tudo começou na boate de Sammy, Cabo Wabo, no México, onde ele, Michael e Chad detonavam jam sessions para um público alucinado. Eram constantes as perguntas sobre quando sairia uma turnê “então eu disse, se nós vamos fazer isso direito temos que arrumar um guitarrista, vamos falar com Joe Satriani. Pelo que me toca ele é o melhor guitarrista do mundo”, comenta Sammy.
As primeiras edições do álbum foram impressas com tinta termocromática que reage ao calor, assim, não estranhe quando você enxergar somente os números das faixas na parte de trás do CD, basta repousar sua mão por uns instantes ali para fazer aparecer os nomes das músicas! O disco contém onze faixas que compõem com sucesso vocais rasgados com o baixo de um Michael Anthony que experimenta uma liberdade muito maior da que gozava no Van Halen, dimensionando com notável execução a guitarra base e a bateria de Chad Smith(Red Hot Chili Peppers).
Em “Oh yeah” Chad Smith se entrega numa grooveria visceral e a cozinha eleva com elegância o vocal flutuante de “Soap on a rope”. Satriani circula emoldurado pela banda, longe da desenvoltura livre característica de sua carreira, surgindo em solos inebriantes como em “Turnin’ left”. Embora não deixe silentes as mais elevadas expectativas, o resultado final traz uma qualidade diferenciada que encontra acolhida segura em tempos de uma guerra de sonoridades desastrosas. Mais um bom testemunho de que o rock se mantém vivo.
*Texto por Felipe Kayser