Destaques do Mês | Os lançamentos de agosto que você precisa conferir

04/09/2018

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos: Árthur Teixeira

04/09/2018

A música está por todos os lados. Basta você abrir os olhos para receber uma chuva de novidades: elas chegam pelos streamings, redes sociais, sites especializados e não especializados, pela TV, jornais e de repente você está cercado.

Para manter você atualizado no que tá rolando no mundo da música sem se sentir tão perdido, a redação da NOIZE guia você pelos destaques de cada mês. Já reunimos os discos, singles e clipes mais bacanas lançados em julho e, agora, trazemos as novidades de agosto que você precisa ficar antenado.

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Bora conferir? Então, é só dar play na nossa playlist abaixo (ou aqui) e conferir nossa lista na íntegra:

5 singles que você precisa ouvir

1. BK – “Correria”

O rapper carioca BK retrata as reflexões sobre os corres diário comuns à rotina de vários indivíduos. “Correria” é a primeira faixa de trabalho de Gigantes, álbum de inéditas recém anunciado para 2018.

2. Connan Mockasin – “Con Conn Was Impatient”

O vocal suave e as melodias derretidas criam a atmosfera ideal pra quem adora um pegada drem pop e neopsicodélica. A faixa quase despretensiosa de Conan Mockasin também faz parte de um disco ainda não lançado, o aguardado Jassbusters – título que faz referência à banda imaginária que faz parte do conceito do disco.

3. Mountain Man – “Rang Tang Ring Toon”

Moutain Man é um trio americano de minas formado por Amelia Meath, Alexandra Sauser-Monnig e Molly Sarlé que, lá em 2010, deixou boas impressões com o disco Made The Harbor. Oito anos depois, elas estão de volta e entram pro time de artistas que prometem disco para este ano – que virá com o nome de Magic Ship. O título “Rang Tang Ring Toon” já dá todo o tom aconchegante e sensível da faixa, marcada pela união entre o folk e influências folclóricas.

4. Paul McCartney – “Fuh You”

Sir Paul McCartney compartilha mais uma faixa do esperado Egypt Station, que sai agora no mês de setembro. Guiada por um estilo que conversa com outros trabalhos da carreira, a nova música chega com uma pegada pop e radiofônica.

5. Moses Sumney – “Rank & File”

O cantor e compositor americano Moses Sumney entrega uma canção potente, cheia de sobreposições, com destaque aos super agudos que aparecem no vocal.

5 discos que você precisa conferir

1. Catavento – Ansiedade na Cidade

Esperamos que ao fim deste parágrafo você fique ansioso para escutar o álbum mais recente da Catavento. Lá em julho, eles nos deixaram ansiosos sobre o lançamento do disco quando soltaram o single “Panca Úmida”, que ganhou um clipe na sequência e um lugar na lista de destaques de julho. No início do mês, Ansiedade na Cidade foi lançado, primeiro nas plataformas de streaming e logo após em formato visual. As voltas e ruas percorridas pela protagonista no álbum visual parecem nos guiar pelos caminhos sonoros construídos pela banda: cheios de groove, texturas suaves e um grunge mais contido. Um instrumental complexo, mas fluído e harmonioso o suficiente parar cria um ambiente seguro para falar sobre um tema intranquilo: a ansiedade, o ser e estar ansioso e(m) um mundo ansioso, sem que isso seja pesado ou angustiante. Para continuar o passeio pelo terceiro disco da Catavento, dê play no álbum visual e releia a nossa resenha completa.

2. Rodrigo Campos – 9 Sambas

Treze anos depois de entrar em estúdio sozinho para tentar gravar seu primeiro álbum e desistir em um único dia, Rodrigo Campos retoma o projeto – um disco de sambas – e executa nove músicas que permeiam o passado, o presente e o futuro. O passado na própria história de 9 Sambas, no diálogo das músicas com momentos do início da carreira do artista e no inevitável abraço à tradição do gênero que nomeia o trabalho; O presente em toda a forma que o álbum se expressa, dos timbres aos arranjos, frases instrumentais, acordes e à toda a gravação, que se conecta ao “samba torto” dos trabalhos de Rodrigo (projetos solo, Passo Torto, os discos de Elza Soares), algo marcado também nas participações de músicos que são parte de um grande “clube” que se forma e cresce na cena paulistana; E o futuro nas novas experimentações, nas orquestrações e samples, e, principalmente, no caráter canônico que envolve 9 Sambas, um álbum de intérprete, com a assinatura sonora de Rodrigo por todos os cantos, mas também um disco de compositor, apresentando canções magistrais, todas escritas por Campos, e que chegam quase que com “convites” para serem reinterpretadas. Com alguns ajustes de tom e outro arranjo, “Chorei Comprido” pode virar um partido-alto, a maioria das outras parecem prontas para qualquer disco moderno de MPB e “Clareza” até já está no último trabalho de Elza Soares. Acima de tudo, 9 Sambas é um marco – um álbum de completa dedicação ao samba e a expressão explícita de um desejo: Rodrigo Campos quer ser presente na história da nossa música.

3. Louis Cole – Time

Se não era pelos trabalhos lançados entre 2010 e 2011, ou pela participação dele em Drunk (2017) do Thundercat, ou ainda pelo duo KNOWER – ao lado de Genevieve Artadi, Time é o manifesto definitivo de que Louis Cole chegou mesmo pra incomodar. No bom sentido. Lançado pelo selo Brainfeeder, de Flying Lotus, Time traz um frescor de ideias e personalidade que não demoram muito pra fazer com que suas progressões absurdas de acordes e suas batidas funk/jazz/pop banhadas em sintetizadores e roupagens psicodélicas passem a fazer total sentido pros nossos ouvidos. Apesar de todos os aparentes esforços contra. Impossível não se render também ao humor das letras – que focam especialmente nas imperfeições do amor e da vida – e aos clipes incrivelmente bestas e geniais, como o de “When You’re Ugly”. Talvez em retribuição aos serviços prestados por Cole no seu álbum de 2017, Thundercat faz uma participação em “Tunnels in the Air”, além de certamente servir como inspiração para a sonoridade de Time.

4. Gilberto Gil – Ok, Ok, Ok

Quem, no Brasil em frangalhos, mas de extrema efervescência política que vivemos, conseguiria abraçar o banal, o simples e o efêmero para construir uma obra potente, bela e chocante? Ok, alguns conseguiriam, mas talvez ninguém melhor do que Gilberto Gil. Ele, um dos maiores poetas e músicos da nossa história, até flerta com o discurso engajado em algumas faixas do novo álbum, mas a grandiosidade dos seus escrever, cantar e expressar é potencializada nas partes em que ele fala da sua própria vida e retrata a beleza do cotidiano. Ok Ok Ok começa com um certo teor de isenção na faixa-título, visão e sentimento que permeiam todo o álbum e permitem uma “resposta” ainda mais forte e profunda do que um simples papo reto de como o Gil interpreta “a tal, a vil situação”. Os sons que sucedem revelam a (aparentemente possível) união da consciência racional do nosso declínio como sociedade com a possibilidade de perceber a beleza na escolha dos nomes de filhos, nas diferenças do modo de vestir da mãe e a da avó, na capacidade profissional e filosófica de sua médica e de seu cirurgião, e de tudo mais que faz de Gil o que ele sempre foi: igualmente tão simples quanto gênio, ao criar o tipo de obra cuja importância, beleza e sofisticação só é possível após muito tempo do artista dedicado a não dar a menor importância pra obra que ali se está criando. Mas a pergunta que não quer calar: Waze é um nome assim tão feio?

5. Musa Híbrida – Piscinas Vazias Iluminadas em Pé

Piscinas Vazias Iluminadas em Pé, ou apenas PVIP, é fruto da estrada. Literalmente. O à primeira vista excêntrico – e à segunda vista charmoso – título nasceu enquanto a banda o observava as lojas que vendem piscinas pelas beiras das rodovias. A experiência de ouvir o mais recente trabalho da Musa Híbrida é bonita, essa é uma das conclusões mais sinceras em uma primeira escuta. É tocante, visceral, às vezes otimista, às vezes pessimista, às vezes explícito, às vezes implícito. Mexe com o ouvinte. Fica ainda mais bonito para quem acompanha a carreira da Musa: PVIP só existe porque o trio amadureceu sem medo de se transformar e se reinventar. Bem menos despretensioso do que Musa Híbrida (2012), e menos impulsivo do que um poema cuspido, PVIP é um registro irresistivelmente experimental. Complexo, cheio de texturas e sobreposições, tem uma construção sonora capaz de moldar múltiplas atmosferas, pintando diversas paisagens no retrovisor de um carro em pista livre. Ambicioso sem ser ganancioso, o álbum conta com (ótimas) composições equilibradas entre as autorias de Alércio e Cuqui; letras escancaradamente sinceras que nos fisgam entre confissões, ambiguidades e declarações. Assista ao álbum visual abaixo:

5 clipes que você precisa assistir

1. Viagra Boys – “Sports”

No single que faz parte de Street Worms, disco com lançamento previsto para o dia 28 deste mês, o diretor Simon Jung registra uma partida de tênis não muito convencional, com a irônica – mas igualmente visceral – performance do vocalista Sebastian Murphy.

2. MOORS – “Mango” ft. Tune Yards

Um daqueles clipes que é mais fácil ver do que descrever. Performance, danças, interferências, grafismos e uma bela fotografia, conduzidas pela direção de Lakeith Stanfield.

3. Cypher – “Língua dos Campeões”

A união da Laboratório Fantasma e Faded, de Portugal, resulta na cypher luso-brasileira “Língua dos campeões”. Gravado em Lisboa e idealizado pelo Ceo da Lab Evandro Fioti, “Língua dos campeões” tem como representantes dos brasileiros rimadores: Kamau, Rincon Sapiência, Rashid, Drik Barbosa e riscos de DJ Nyack. Pelo lado de português, estão os MCs Papillon, Sir Scratch, Holly Hood e Gson, além do DJ Big. Segundo os Fióti e Sensi (Faded) os artistas escalados representam bem o que de melhor vem sendo produzido no gênero nos dois países.
O clipe que tem instrumental de Nave Beats e mostra muito do rosto e personalidade dos melhores “Zucas” e “Tugas” da rima.

4. Nego Max – “O rap é PRETO!” ft. Preta Ary

Preta Ary e Nego Max chegam sem nenhum rodeio e quebram tudo na parceria “O rap é PRETO!”. Com produção de Dö, o vídeo chega cheio de atitude, estilo e melanina, dando uma amostra do que vem por aí no próximo álbum de Nego Max.

5. Neneh Cherry – “Kong”

Se as melodias de “Kong” não conquistarem você nos primeiros segundos, as imagens do vídeo dirigido Jenn Nkiru darão conta de hipnotizar você, em um registro cheio de belos quadros, contrastes e uma fotografia incrível. Lançamento que faz bem pros olhos e pros ouvidos.

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