Caso você ainda não conheça a voz da Duquesa, pode apostar que isso deve mudar em breve. A rapper baiana vem se destacando no cenário nacional nos últimos anos.
Em junho, ela lançou o primeiro disco, “Taurus”, com oito faixas que transitam entre o r’n’b e o trap, ainda que mantenha uma veia pop. O trabalho, lançado pela produtora Boogie Naipe, traz colaborações com Cronista do Morro e MC Luanna.
Ao longo deste ano, ela marcou presença em festivais como o No Ar Coquetel Molotov, no Recife, e no Sons da Rua, em São Paulo. Em dezembro, ela está escalada para o segundo dia do Cena 2k23, em 10/12.
1. “Intro”: Gosto muito desse formato, de colocar intros que resumem o trabalho e façam com que as pessoas tenham esse primeiro sentimento, entendam o que está por vir ao decorrer das outras faixas.
2. “Classudona”: Essa é uma faixa onde eu falo sobre como é ser mulher dentro do cenário do rap, que ainda é majoritariamente masculino. E por isso existem algumas barreiras, como o machismo e a questão do assédio. De você falar “quero fazer um feat com você” e o cara simplesmente começar a dar em cima de você e confundir as coisas. E eu acho que eu coloco um pouco dessa indignação na faixa.
3. “Taurus”: A terceira, ela é uma faixa onde eu tento ao máximo fazer com que as pessoas tenham a sua autoestima elevada. Eu acho que é uma faixa muito cômica, mas que tem mensagens que as pessoas entendem e se identificam facilmente.
4. “Única”: A quarta faixa traz um sentimento meio egocêntrico, quase como um alter ego. Eu acho que é minha música mais “venenosa” do álbum.
5. “99 Problemas”: “99 problemas” é uma faixa em que eu e a MC Luanna brincamos muito. Seja sobre conversas internas e coisas que a gente passa, de coisas que a gente compartilha. Ela é uma faixa muito direta, muito objetiva. As pessoas entendem rápido a mensagem, e infelizmente muitas mulheres se identificam. Eu falo infelizmente porque é meio tosco a gente ter que falar que o cara não é um problema, sendo que isso deveria ser tão óbvio, né? Tipo mano, por que você se acha tanto? Por que você acha que é o centro do universo? Ela é uma música que empodera muitas meninas, principalmente mulheres pretas, a entenderem que: amiga, vai atrás dos seus sonhos, dos seus objetivos! Não fique sofrendo por esse cara.
6. “Big D!!!!!”: Eu acho que é uma grande persona que eu crio para mim mesma. É como se eu tivesse dando conselhos para mim. Eu acho que existe a Geisa, a Duquesa e a Big D, sabe? Big D é a a master, a grande persona que aconselha, que orienta, que fala “faz isso, mas não faz isso, pensa nisso” e eu acho que é o meu sexto sentido, talvez ali me avisando sobre algumas coisas… E na música tem uns 10 mandamentos, as 10 dicas que no tempo que eu morei em São Paulo foram excepcionais para eu conseguir me concentrar no trabalho e falar: “bom, agora é uma nova fase, eu preciso ser uma outra pessoa, ter uma outra postura para que tudo dê certo”.
7. “Glória”: Essa é uma música que eu queria fazer, porque eu sentia que algo muito grande estaria por vir e realmente veio. Eu acho que eu emanei muitas energias nessa questão de “vai acontecer, eu vou viver dias de glória, eu quero esses dias de glória, eu também mereço isso”. E eu acredito muito, tenho muita fé no meu trabalho. Eu acredito em muitas coisas. E esse sagrado vai me abençoar, está me abençoando, sou muito abençoada e tudo vai acontecer como tem que ser.
8. “Parece um Vampiro”: O único r’n’b do álbum. Essa música é aquele ódio pós-termino, pós-desilusão amorosa, de como a gente se sente, vazia e sugada. É uma faixa que tem muito significado para mim. Muitas pessoas se identificaram e talvez perceberam uma situação de abuso dentro do relacionamento, de parceiros narcisistas, e começaram a entender que isso não é da hora.
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