Cuatro Pesos de Propina aproxima o Uruguai do Brasil em entrevista exclusiva

03/05/2016

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Dionisio Urbim

Por: Dionisio Urbim

Fotos: Camilo Santos/Reprodução e Divulgação

03/05/2016

Os uruguaios do Cuatro Pesos de Propina desembarcam no Brasil para quatro apresentações em Pelotas (4/5), Porto Alegre (5/5), Garibaldi (6/5) e São Paulo (7/5). A banda iniciou sua história por volta de 2000 e lá se vão 16 anos de muita música e energia. Famosos pelos pagos do Uruguai por seus shows, tomados por uma energia envolvente que não permite a inércia, a banda já tem 3 CDs lançados: Se está complicando (2007), Juan (2010) e Surcando (2013). Nessa jornada, os Cuatro Pesos já compartilharam o palco com grandes nomes da música uruguaia, argentina e mundial como Gogol Bordelo, Calle 13, La Vela Puerca e Karamelo Santo.

Através do seu recente DVD, Muerto Pero Vivo (2015), gravado no Teatro de Verano, na capital celeste, a banda apresenta grandes influencias do rock, reggae, ska e uma mistura com ritmos locais e populares como a cumbia. Para os shows no Brasil, o público pode ter certeza de que não se arrependerá de ver oito excelentes músicos com muita vontade de fazer o público não parar um só segundo.

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Entrevistamos Gaston Pepe e pedimos para ele apresentar a banda, contar um pouco sobre como o grupo se desenvolveu na cena musical do Uruguai e o que o público pode esperar das apresentações aqui no Brasil.

Abajo de la entrevista en portugues, pusimos la versión en español para los fans de la banda.

VAMO ARRIBA NOSOSTROS!

Com muito prazer queremos que vocês se apresentem. Quem são os Cuatro Pesos de Propina? Qual a proposta da banda?
Então, Cuatro Pesos de Propina é uma banda de rock mestiço. Entenda mestiço pela mescla de vários gêneros, que vão do reggae, rock ou o ska até a cumbia e jazz. Somos de Montevidéu, Uruguai, e por isso também temos influências da nossa música local. Uma das maiores características da banda é o que acontece nos shows, pois tem muita energia, música e muitos conceitos de coisas que acontecem conosco.

A literatura uruguaia sempre foi muito forte pelas mãos de Mario Benedetti e Eduardo Galeano, por exemplo. Porém, a música não era tão forte internacionalmente. Dos anos 90 para cá muitas bandas cresceram e se firmaram no Uruguai, outras atravessaram o Rio da Prata e alcançaram o sucesso. A que vocês atribuem esse crescimento da música uruguaia e a valorização dos artistas?
Foi difícil para o Uruguai superar a crise herdada da Ditadura… Os anos 90 e sua conjuntura não ajudavam a crescer ou desenvolver a indústria musical ou uma infraestrutura que permitisse um desenvolvimento dos músicos. Durante os anos 2000, o acesso à tecnologia para gravar ficou mais barato e, com o desenvolvimento das comunicações e das redes sociais, foi possível ser divulgado e visto o que acontecia no Uruguai. Porque sempre houve música no Uruguai, mas não tinha capacidade de expansão para o exterior.

Estamos tão próximos de vocês e não é tão comum que bandas uruguaias façam shows no Brasil. Por quê? Há poucos anos No Te Va Gustar, La Vela Puerca e El Cuarteto de Nos fizeram uma série de shows por aqui. Ainda assim é pouco em relação à quantidade de bandas boas dos mais variados estilos que existem no Uruguai. O que representa atravessar a fronteira do idioma e fazer shows no Brasil?
Quem sabe exista a ideia de que no mercado brasileiro não haja espaço para coisas daqui. O certo é que o mercado do Brasil não é explorado por músicos daqui porque vão mais para a Argentina. Não saberia explicar o motivo. Para nós é realmente muito especial ir a um país como o Brasil. Musicalmente falando, temos muitas expectativas de como o público brasileiro reagirá a nossa música. Temos muita vontade de tocar aí.

Vocês defendem a bandeira dos artistas independentes e por contratos mais justos com os artistas, como se percebe na música “Pirata”, do disco Se está complicando. Para vocês, por que a música não precisa de intermediários entre o artista e o público?
Depende de que tipo de intermédio e qual o vínculo… No que diz respeito ao desenvolvimento de uma infraestrutura de trabalho grande, é inevitável a necessidade de delegar tarefas e portanto associar-se a intermediários. Por exemplo, nós editamos o disco de forma independente e passamos a distribuição a uma empresa que se dedica a isso. Há muitos exemplos como esse. O que importa é que nós escolhemos com quem e em que termos vamos trabalhar. Seguimos sendo os gestores do nosso trabalho.

Em “La Planta”, do mesmo disco, vocês dizem “La libertad ya la tenés. Solo te falta querer” e “Cuando reine la sombra de la planta. Cuando la música sea la santa”. E em “Maldita Ciudad”, do disco Juan, vocês afirmam “Maldita ciudad. Lo tienes todo y no tienes de ná’”. Vocês acham que as pessoas estão perdendo tempo com banalidades?
Em parte sim. Há um questionamento a muitas coisas lógicas, sobre como vivemos em sociedade e o mundo que criamos (ou destruímos). A banalidade sempre esteve aí e a necessidade de dar um salto qualitativo na nossa forma de viver é fundamental. O dogma de viver no vazio que vivemos, seja nos meios de comunicação, na cultura ou na política, é algo que, muito humildemente, tratamos de colaborar com nossa música para que mude.


O DVD de vocês foi gravado de maneira independente? Como foi o processo?
O processo se baseou na seleção de uma lista apropriada e de ensaiar muito. A produção ficou por conta de Francisco Fattoruso. Foram muitos meses de preparativos, seja ao vivo ou com os extras. O show foi gravado no Teatro de Verano de Montevidéu, que é um lugar emblemático para a musica no Uruguai. Depois fizemos uma turnê do DVD e tocamos por todo o Uruguai. Este ano estamos levando o trabalho para o exterior, já tocamos na Argentina, agora no Brasil e em agosto na Europa.

O nome do DVD lançado em 2015 por vocês é “Muerto Pero Vivo”. A que vocês dedicam esse nome?
É o nome da única música inédita que está nele e que só foi gravada para esse show. Além do mais, tem um trocadilho de palavras que tem a ver com o “ao vivo”.

Pude ver um show de vocês em 2013, em La Paloma, num bar à beira da praia. Eu já gostava das músicas, mas não tinha ideia da energia que vocês tinham durante o show. Li notícias sobre a conexão de vocês com o público e como há uma grande troca de experiências. Como driblar essa a barreira do idioma aqui no Brasil?
O que importa é tocar e que, na tua música, o idioma seja superado. Assim como quando assistimos bandas francesas, brasileiras ou inglesas… tu vais, assiste igual e pode gostar, por mais que não entenda tudo. Esperamos que isso não seja uma barreira para o público do Brasil.

Para quem vai nos shows aqui no Brasil e ainda não teve a oportunidade de vê-los ao vivo. O que podem esperar de vocês no palco?
Vão ver muita energia, muito dinamismo, muita música… É algo que tem que ver para entender…Esperamos compartilhar o momento e aproveitar a festa.

Abajo, la versión en español:

Los uruguayos de la banda Cuatro Pesos de Propina llegan al Brasil para cuatro shows en Porto Alegre (5/5), Garibaldi (6/5), Pelotas (4/5) y São Paulo (7/5). La banda comenzó por el año de 2000 y ya se van 16 años de mucha música y energia. Conocidos en el Uruguay por sus shows, llenos de energia que te saca de la inercia, la banda ya lanzó 3 CDs: Se está complicando (2007), Juan (2010) y Surcando (2013). En esta jornada los Cuatro Pesos yá compartierón el escenário con grandes bandas de la música uruguaya, argentina y mundial, como La Vela Puerca, Gogol Bordelo, Karamelo Santo y Calle 13.

A través de su reciente DVD, Muerto Pero Vivo, grabado en el Teatro de Verano, en la capital celeste, la banda tiene influencias del rock, del reggae, y el ska con una mezcla de ritmos locales y populares como la cumbia. Para los shows en Brasil la gente podrá tener en cuenta que no se arrepentirá en ver ocho excelentes músicos con mucha gana en hacer el público no pararse ni por un segundo.

VAMO ARRIBA NOSOSTROS!

Con mucho gusto queremos que se presenten pal publico brasileño. Quien son los Cuatro Pesos de Propina?
Bueno, Cuatro Pesos de Propina es una banda de rock mestizo, entendiendo mestizo por la mezcla de varios géneros, que van del reggae, el rock o el ska hasta la cumbia o el jazz. Somos de Montevideo, Uruguay, y por ello también tenemos influencias de nuestra música local. Una de las características mas grandes de la banda es lo que pasa en los shows en vivo, ya que tienen mucha energía, mucha música y muchos conceptos de cosas que nos pasan.

La literatura uruguaya siempre fue fuerte y reconocida de las manos de Mario Benedetti y Eduardo Galeano, por ejemplo. Pero la música no era tan fuerte internacionalmente. Desde los años 90 hasta hoy muchas bandas agrandaron en Uruguay, atraviesaron el Mar del Plata y lograrón el éxito. A que ustedes dedican ese cambio de la música uruguaya y la valoración de los artistas?
Fue duro para el Uruguay superar la crisis heredada de la Dictadura…. Los 90 y la coyuntura, no ayudaba a acceder o desarrollar una industria musical o una infraestructura que permitiera un desarrollo del músico. Sobre el 2000 el acceso a la tecnologia para grabar ya fue mas barata, y con el desarrollo de las comunicaciones y las redes, se logro hacer visible, cosas que estaban sucediendo en Uruguay. Porque siempre hubo música en Uruguay pero no había capacidad de expansión hacia el exterior.

Estamos ta cerca de ustedes, pero no es tan común que bandas uruguayas hagan shows en Brasil. Por que? Hace poco tiempo No Te Va Gustar, La Vela Puerca y El Cuarteto de Nos hicieron algunos por acá. No es mucho, aún más por la cantidad de buenas bandas y de los más variados estilos musicales que existen en Uruguay. Que representa atravesar la frontera del idioma y haver algunos shows en Brasil?
Quizás hay un idea de que en el mercado brasilero, no hay cabida para cosas de aquí. O sea, es cierto que Brasil no es el mercado que los músicos de aquí eligen para explorar, porque se van mas a Argentina. No sabría explicar porque.
Lo que si para nosotros es algo muy especial ir a un país como Brasil, por lo que representa musicalmente, y tenemos expectativas de como reaccionara el público brasilero con nuestra música. Tenemos muchas ganas de tocar alla.

Ustedes defienden la bandera de los artistas independientes y por contractos más justos con los artistas, como se nota en el tema Pirata, del disco Se está complicando. Para ustedes, la musica no necesita de intermediarios entre el artista y el publico?
Depende de que tipo de intermediario y en que vinculo….. En el caso del desarrollo de una infraestructura de trabajo grande, es inevitable la necesidad de delegar tareas y por ende “asociarse” a intermediarios. Por ejemplo, nosotros editamos el disco en forma independiente, y le damos la distribución a una empresa que se dedica a eso. Ejemplos como estos hay varios. El tema central es que nosotros elegimos con quien y en que términos trabajar, siendo nosotros los gestores.

En “La Planta”, del disco Se está complicando, ustedes dicen “La libertad ya la tenés. Solo te falta querer” y “Cuando reine la sombra de la planta. Cuando la música sea la santa”. En “Maldita Ciudad”, del disco Juan, ustedes afirman “Maldita ciudad. Lo tienes todo y no tienes de ná’”. Ustedes creen que la gente está perdiendo tiempo con cosas banales?
En parte si, hay un cuestionamiento a muchas lógicas, de como vivimos en sociedad y el mundo que hemos creado (o destruido). La banalidad ha estado siempre, y la necesidad de dar un salto cualitativo de nuestra forma de vivir es fundamental. El dogma del vacío en el que vivimos, ya sea en los medios, en la cultura o en la política, es algo que muy humildemente tratamos de colaborar con nuestra música para que cambie.


El DVD ha sido grabado de manera independiente, si? Como fue el processo y el trabajo que les tomo?
El proceso se baso en la selección de una lista apropiada, y de ensayar mucho. La producción estuvo a cargo de Francisco Fattoruso. Fueron muchos meses de preparación, ya sea con el vivo, así como los extras. Se realizó en el Teatro de Verano de Montevideo, que es un lugar emblemático de la música en Uruguay. Luego se hizo una campaña de presentación del mismo y tocamos por todo el Uruguay. Este año lo estamos llevando al exterior, y ya hemos tocado en Argentina, ahora Brasil y en Agosto Europa.

El DVD de ustedes lanzado en 2015 se llama Muerto pero vivo. A que ustedes dedican este nombre?
Es el nombre de una canción del DVD y es al única canción inedita que parece en el mismo, y que solo fue grabada para ese show. Ademas hace un juego de palabras también que tiene que ver con el “en VIVO…”

Pude ver un toque de Cuatro Pesos en 2013, en La Paloma, en un boliche a la orilla de la playa. Ya conocia la banda y me gustava los temas, pero no tenia idea de la energia de ustedes durante el show. He leído noticias cerca de la conexión que tienen con el público y cómo hay un gran cambio de experiências. Como superar el tema del idioma en Brasil?
El tema es tocar y en tu musica el idioma se supera. Así como cuando vemos bandas francesas, brasileras o inglesas…. y vas y las ves igual y te gustan, por mas que no entiendas todo. Esperemos que eso no sea una traba para el público de Brasil.

A los que van en sus toques acá en Brasil y todavia no tuvieron la oportunidad en verlos en vivo. Que pueden esperar de ustedes en el escenario?
Van a ver mucha energía, mucha dinámica, mucha música ….es algo que hay que ver para entender…

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03/05/2016

Dionisio Urbim

Dionisio Urbim