Entrevista | Em disco novo, Sofi Tukker mergulha na música brasileira com um olhar universal

13/04/2018

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Camila Oliveira

Por: Camila Oliveira

Fotos: Reprodução

13/04/2018

Ela é alemã, com passaporte norte-americano e cheia de referências brasileiras. Ele é de Nova York e quase seguiu profissionalmente como jogador de basquete. Sophie Hawley-Weld e Tucker Halpern formam um duo cujo som ultrapassa fronteiras e viaja para lugares com culturas completamente diferentes. Só pra você ter uma ideia do que estamos falando, o top 3 de países que mais escutam Sofi Tukker, pelo Spotify, inclui Brasil, México e Turquia.

Com uma sonoridade divertida e o sucesso do EP Soft Animals, de 2016, a banda já garantiu um Grammy de Melhor Gravação Dance e faixa como trilha de comercial da Apple. Em meio à correria da agenda no Brasil e do lançamento, Sophie Hawley-Weld treinou seu português de sotaque simpático pra falar com a gente sobre sua relação com a cultura brasileira e a mistura que compõe Treehouse, seu álbum lançado hoje. Confira nossa conversa abaixo.

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Você sempre diz que ama o Brasil e tem uma alma brasileira, mas como surgiu essa paixão e como ela se reflete na sua produção?
Eu estudei a língua [portuguesa] na faculdade e depois eu fiz um intercâmbio para o Rio de Janeiro, por seis meses. E aí eu adorei aprender mais sobre a língua e a música. A influência é principalmente na língua, porque trabalhamos com poetas brasileiros para fazer letras em português mesmo. Mas também inspira para fazer ritmos. Eu escuto muita música brasileira, então, às vezes, no final da música eu percebo que tem essa cor do Brasil, uma cuíca, um pandeiro…

E você lembra qual foi a primeira vez que teve contato com a música brasileira?
Na verdade não lembro a primeira, mas eu tinha uma amiga brasileira e lembro dela falando em português. Eu achava a língua muito suave e musical.

Uma das suas primeiras faixas que bombou no Brasil foi “Drinkee”, que é feita com uma poesia do Chacal. E “Jhony”, que é do disco novo, é feita com uma poesia de Paulo Leminski. Onde você conheceu a poesia brasileira?
Meu professor na faculdade tinha um livro do Leminski. Eu li o livro com ele e eu toquei ao violão ao mesmo tempo, ficou lindo. (risos) Depois eu encontrei o Chacal pessoalmente e eu fiz uma colaboração com ele na faculdade. Depois eu continuei… Quando eu tava trabalhando com o Tucker, falei: “Então, eu tenho essa paixão e relação com o Chacal e eu acho que seria legal trabalhar com isso”.

E essas poesias passam a ter um novo significado quando viram música?
Sim! É muito diferente. Tem um outro sabor e outra sensibilidade que é dependente da pessoa que canta as letras e dos outros sons também.

Como foi voltar para tocar no Brasil depois de já ter morado aqui?
Eu imaginei muito sobre o Brasil, estava fazendo uma fantasia, um sonho sobre voltar. Eu lembrava desse sentido de falar em português, dançar na rua, o forró, o pandeiro, tomar um açaí. Todas essas coisas pequenas… E quando retornei, foi a mesma coisa. Eu me senti muito em casa, muito confortável. Eu me sinto muito agradecida de estar aqui. Amamos o Brasil e amamos tocar aqui.

No show que fizeram no Lollapalooza, vocês cantaram várias faixas do disco novo, Treehouse. O que podemos esperar desse trabalho?
Eu tô muito orgulhosa desse disco. Tem muitas músicas com diferentes cores e espíritos. Às vezes as músicas são bem agressivas, às vezes elas são mais românticas, às vezes com mais alegria. É como uma mistura. Tem música brasileira, mas também tem folk, house, referências africanas e até coisas que escutamos quando crianças.

Mas dá pra dizer que as músicas de vocês costumam ser bem animadas. Que tipo de sentimento vocês tentam despertar nas pessoas?
Geralmente a gente faz música para a alegria.

Você já contou várias vezes que Caetano Veloso, Gilberto Gil, Vinicius de Moraes e Gal Costa são grandes inspirações pra você. Mas no seu disco novo, você prometeu um remix com Pabllo Vittar em “Energia”, que é de uma geração bem diferente da música brasileira que você costuma citar. Como vocês se conheceram e como surgiu esse trabalho?
Nós conhecemos na internet. Ela comentava muito no nosso Instagram! Depois a gente conversou por direct e percebi que nós amávamos o que ela faz. E o oposto também era verdade. Então foi muito simples e fizemos um remix juntos. Ela é muito talentosa e esperamos gravar um clipe com ela, mas ainda não sei quando vamos lançar o remix da música.

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13/04/2018

Camila Oliveira

Camila Oliveira