Os integrantes do Spoon são veteranos do indie, com quase 25 anos de carreira, mas não significa que não enfrentam problemas de vez em quando durante suas turnês. Uma das atrações da leg sul-americana do Lollapalooza, os americanos tiveram que adiar a participação na edição chilena porque os equipamentos ficaram presos em Buenos Aires, onde se apresentaram na noite anterior. Equipamentos em mão, a banda subiu ao palco no último dia do festival no Chile, um dia depois do previsto, e compensou os fãs. “O show foi ótimo, a espera valeu a muito a pena”, contou por telefone o tecladista Alex Fischel.
Hoje eles tocam na edição brasileira do Lollapalooza com a turnê do disco Hot Thoughts (2017), o nono disco do grupo. Conversamos com Alex por telefone antes do show sobre streaming, política e até Game Of Thrones.
Esta é a sétima edição do Lolla no Brasil, um evento que tem se tornado cada vez maior e causa grande expectativa no público que espera o ano inteiro pelo anúncio do line up e viaja de todas as partes do país para assistir aos concertos. Há alguma pressão nisso?
Não, acho que apenas estamos muito empolgados em fazer isso! Esperamos um show cheio de Rock’n’Roll!
Quando trabalhamos com música, é impossível não falar sobre streaming, e vocês tem ótimos números no Spotify, por exemplo, parabéns! Isso é uma preocupação para a banda? Vocês pensam em estratégias para melhorar o desempenho nessas plataformas?
Obrigado! Não ficamos muito presos nos números e estratégias, mas discutimos muito em como o sucesso se mede nestes dias, baseado em streamings e não nas vendas de um disco. É um novo jogo, um cenário totalmente diferente. Eu uso, mas ainda vou a lojas, eu gosto de ter o disco.
Os últimos álbuns inclusive entraram no top 10 de mais vendidos da Billboard. Existe uma cobrança de manter isso para os próximos discos?
Seria legal, mas não fazemos um disco pensando nisso, apenas para fazer nós mesmos felizes e depois pensamos “tomara que as pessoas gostem disso”.
No último álbum, a música “Tear It Down” fala sobre derrubar um muro, e muita gente fez ligação da faixa com o atual governo Trump. No Brasil, também vivemos tempos duros para a política, em que o público exige posições de músicos e celebridades. Para vocês qual a importância de celebridades e músicos se manifestarem politicamente?
Nós temos uma oportunidade única em que as pessoas vão ouvir o que nós temos a dizer, então podemos aproveitar para falar coisas que as pessoas não vão ouvir em outros meios. Não acho que seja uma responsabilidade, mas realmente admiro quem se posiciona politicamente.
Eu conheci a música de vocês através de trilhas sonoras de seriados de TV. Qual é o melhor e o pior de ter sua música em uma trilha sonora?
O pior que pode acontecer é estar em algum terrível comercial. Mas é ótimo, é um novo jeito das pessoas ouvirem sua música, sem que tenha vindo diretamente de você em primeiro lugar. Eu lembro que na época de The O.C, nossa música ficou muito popular.
Há algum filme ou programa de TV em que vocês gostariam de ver sua música?
Game Of Thrones!
Talvez role, a série ainda vai ter uma última temporada.
Sim, eu tenho uma tatuagem de Game Of Thrones.
Pra encerrar, gostaria de ajudar um fã de vocês. No reddit existe um fórum sobre a banda com muitas postagens. 4 dias atrás, um menino perguntou qual é a marca de camisas que Brit Daniels [vocalista do Spoon] veste, podemos ajudá-lo com isso?
Hahaha, honestamente eu não sei. Eu acho que ele é um homem que gosta de variedade, sempre troca as marcas.