Especial Rock in Rio Madri | Enfim Red Hot’n Roll

09/07/2012

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Revista NOIZE

Por: Revista NOIZE

Fotos:

09/07/2012

Grupo californiano garantiu dose de rock para a alegria das 55 mil pessoas que estiveram no último dia do festival

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_por: Naira Hofmeister e Guilherme Kolling, de Madrid

Eles estavam todos lá: Beatles, Stones, Bowie, The Who, Metálica, Ramones. Estampavam as camisetas do público e enchiam o ambiente com a esperança de que finalmente o Rock in Rio Madri honrasse o nome que tem. Com o domínio da música eletrônica em duas das três noites anteriores, e com bandas cujo rock é, digamos, pouco ortodoxo, como Maná e Lenny Kravitz, com pegada mais pop e comercial, a derradeira noite do festival foi a redenção de 55 mil seres vestidos de negro.

E, claro, estavam eles: Red Hot Chili Peppers – nas camisetas, nos MP3, nos olhos brilhando de cada um dos milhares de fãs que aguentaram quase uma hora de fila só para pegar o ônibus que levava – grátis, é verdade – até a Cidade do Rock, a 30 quilômetros do centro de Madri. Enquanto esperavam o transporte, com tranquilidade impressionante apesar do sol de verão madrilenho, alguns cantavam os principais hits com a voz um tanto embargada – nesse caso, não de emoção, mas pela cerveja mesmo…

E a noite foi justa com os rebeldes: é verdade que como o transporte atrasou bastante em razão da demanda muito acima dos demais dias, a apresentação da banda multicultural Gogol Bordello foi prejudicada, e uma boa parte do público perdeu o punk bem humorado que caracteriza a trupe liderada pelo ucraniano Eugene Hütz.

Ao pôr-do-sol, os integrantes do Incubus subiram ao palco, às 22h10, cinco minutos antes do esperado. Foi um aquecimento de luxo para a atração maior da noite, com quem compartilham muitas coisas em comum. Assim como RHCP, Incubus é uma banda californiana, cujo som, embora muito mais pesado, tem clara inspiração nos conterrâneos.

Já era domingo quando finalmente os donos da festa e dos corações dos espanhóis tomaram de assalto o cenário principal, com o baixista Flea como mestre de cerimônias. “Esta noite temos amor para todos”, declarou-se o músico à plateia, em um castelhano carregado de sotaque. Flea, aliás, foi um espetáculo a parte durante toda a apresentação. Aos 50 anos fez acrobacias no palco, chamou o público a participar das músicas, e, claro, deixou todos em êxtase com seus solos impressionantes.

O vocalista Anthony Kiedis, ao contrário, estava mais contido: não se dirigiu ao público nenhuma vez durante a hora e quarenta em que esteve no palco e cantou comedidamente as canções que fizeram história nos 28 anos da banda. Era a noite de coadjuvante de Kiedis, que deixou todas as luzes para seus companheiros de banda que podiam improvisar durante vários minutos antes do início de cada canção. Foi assim com “Around the World”, “Californication” e “Under the Bridge”. Também não faltaram “By the Way”, que encerrou o primeiro ato, e “Give it Away”, já no bis, e com o baterista Chad Smith vestido com a camiseta da seleção espanhola, que semana passada se sagrou campeã da Eurocopa. Curiosidade: Smith foi ajudado durante o show pelo percursionista brasileiro, Mauro Refosco.

Ao deixar o palco dez minutos antes do previsto (no fim, a banda tocou 20 minutos a menos do que o anunciado, pois atrasou também ao começar), Flea lembrou o público: “Apoiem todos os tipos de música, a música é a voz de deus, é a voz do povo. Poder ao povo!”.

Pode ser a deixa para que o festival volte a se repetir em dois anos, mas vai ser difícil que os roqueiros da última jornada do Rock in Rio Madri 2012 comprem entradas para as noites eletrônicas, que pelo visto, vieram para ficar.

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09/07/2012

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