Figura seminal do cenário musical gaúcho desde meados dos anos 80, Frank Jorge é incansável. Após fazer história como baixista d’Os Cascavelletes e, em seguida, como frontman da Graforreia Xilarmônica, Frank lançou três discos solo: Carteira Nacional de Apaixonado (2000), Vida de Verdade (2003) e Volume 3 (2008).
O quarto álbum, Escorrega mil vai três sobra sete, será lançado amanhã através do Selo 180 e, hoje, lançamos com exclusividade duas de suas faixas: “No Horizonte” e “Sempre Procurando” (ouça abaixo). O disco sairá em CD e formatos digitais e contará com um show de lançamento no Teatro Renascença no próximo dia 7 de outubro, em Porto Alegre.
– Este disco busca materializar uma sonoridade que se aproxime mais da pegada de banda nos shows, com guitarras bem presentes, com bateria e baixo fortes. Tenho alegria em lembrar das concepções e ideias registradas nos outros trabalhos, é claro, mas eu precisava registrar um disco com essa característica, um som um pouco mais agressivo, ou ainda, diálogos com psicodelia, country… – explica Frank Jorge à NOIZE.
Famoso por suas composições ácidas, bem humoradas e que, não raro, remetem à sonoridade do rock sessentista, dessa vez o músico resolveu compor o álbum mais pesado de sua vida. “O disco traz várias facetas do rock’n roll e da música pop, tem ares de cultura mod, tem inspirações no bublle gum, é por aí”, comenta Frank. Além de músico, ele é o professor coordenador do curso de Graduação em Produção Fonográfica da Unisinos e essa experiência foi determinante para o que viria a se tornar o álbum Escorrega mil vai três sobra sete. “Este tempo todo na Unisinos, quase dez anos, fez com que eu tivesse rotinas de leituras, estudos, pesquisas sobre o universo do rock; também diálogos com alunos, conhecer as predileções e composições deles. Essa troca constante contribuiu muito”, diz.
Abaixo, você ouve o lançamento de “No Horizonte” e “Sempre Procurando” acompanhado dos comentários do próprio Frank Jorge sobre as faixas.
“No Horizonte” é uma faixa muito especial pra mim. É uma das poucas faixas, digamos assim, “veterena”, uma canção composta há muito tempo e que não tinha entrado nos outros discos. Antes, ela dialogava mais com o brega/jovem guarda, mas conseguimos dar uma roupagem mais rock e psicodélica, alguma pitada de Stone Roses, Jupiter [Maçã] também, talvez.
“Sempre Procurando” é uma canção bem Ramones mas tem ali Beach Boys, Shangri-las, Shonen Knife, uma letra estapafúrdia, brincalhona. Acho que o rock precisa desse tipo de letra também, que diga coisas que não ficam bem esclarecidas, que não seja tão literal quanto parece ou se espera!