Exclusivo | Pássaro Vadio plana suave pelo caos em seu 1º disco: “Caosmos”

25/05/2017

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Por: Ariel Fagundes

Fotos: Divulgação

25/05/2017

Impulsionado pelos ventos criativos que sopram da incerteza, Pássaro Vadio lança hoje com exclusividade na NOIZE o seu disco de estreia: Caosmos (ouça abaixo).

Fruto de um projeto de financiamento coletivo, o álbum lançado pela Take One Records foi produzido por Alê Siqueira e teve suas faixas gravadas ao vivo no estúdio Gargolândia, que fica em Alambari, a 200km de São Paulo. A viagem enquanto meio de vida e a existência em meio à metrópole foram experiências que tiveram um papel importante na construção do disco, explica o compositor e vocalista Ramiro Macedo. Gaúcho que reside na capital paulista, ele comenta que o conceito “caoscosmos” nasceu a partir do seu olhar itinerante, atento aos fluxos incessantes da vida:

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– Caosmos nasceu de uma mudança de perspectiva. A ideia do “vôo pelo ar despedaçado”, citada em “Saco Sem Fundo”, simboliza a quebra de um ciclo e o despertar para um universo de novas possibilidades. O exemplo maior disso foi me mudar pra São Paulo, cuja imagem noturna é a “constelação” da capa do disco. As músicas se desenham no cancioneiro popular com estruturas simples e sintéticas, mas deixam frestas – por onde fluxos as conectam ao caótico. Também vivemos uma situação política e social caósmica, uma confusão amedrontadora que pode gerar apatia, mas que carrega a transformação e a afirmação da pluralidade no meio do seu caos. O termo foi sugerido pela minha tia, a psicóloga Rosane Neves, para batizar uma das músicas, que fala, palavras dela, da multiplicidade de sentidos que nos habitam e mutuamente se afetam, caos que se harmoniza, harmonias que se caotizam, nos levando a um ponto quase inalcançável, que aparece e some a cada instante, representado aqui através da canção e do caos.

Jojo (baixo), Ramiro Macedo (vocal e guitarras) e Davi Neves (bateria). Foto: Camila Schenkel

Não há certezas nem pontos inertes no álbum do Pássaro Vadio, cada faixa abre ao ouvinte novas possibilidades e questionamentos. O som transparece uma corrente de referências da música popular mundial ao mesmo tempo em que se propõe a buscar caminhos inusitados. “Tanto a obsessão por vanguarda quanto a reprodução passiva do passado podem ser vazias”, aponta Ramiro, que vê na estética psicodélica uma expressão sonora do que sente:

– No processo de criação, procuramos olhar não só para frente e não só para trás do nosso tempo-espaço. Buscamos ressignificar as coisas confrontando os movimentos e gêneros com experiências pessoais. Nas camadas e na profundidade de campo do disco, queremos mais evidenciar a densidade de um Caosmos existencial do que pintar literalmente o cosmos. A sinestesia e tridimencionalidade da psicodelia contemporânea serviram muito bem para isso.

Caosmos chega a todas plataformas de streaming no dia 2/6 e contará com um show de pré-lançamento em no dia 31/5 no Bar Ocidente, em Porto Alegre (mais informações aqui). No dia 8/6, o grupo toca no Breve; 17/6, no Sesc Santanta e, 23/6, no projeto Secretinho, todos em São Paulo. Além disso, haverá show da banda na programação do Dia da Música 2017, dia 24/6.

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25/05/2017

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Ariel Fagundes