Exclusivo | Perca-se nos caminhos de “rua i”, álbum de estreia da torre

05/06/2018

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Por: Brenda Vidal

Fotos: Divulgação/Shilton Araújo

05/06/2018

Misturar e sobrepor são tarefas arriscadas. Todo mundo está livre para tentar e experimentar, mas é necessário consciência e coesão para que garantir que uma boa mistura atinja o ponto certo entre fundir e confundir. Mesmo com menos de um ano de banda, a torre já mostra logo no sólido rua i, lançamento de estreia que você ouve com exclusividade na sequência, que sabe bem aonde está se metendo.

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No clássico formato quarteto, a banda recifense nasce do encontro dos músicos Felipe Castro (voz e guitarra), Antônio Novaes (guitarra e synth), Vito Sormany (bateria) e Danillo Sousa (baixo), tendo fixado o projeto no final de 2017. Vindos da cena independente, a filosofia da torre é baseada no melhor estilo faça você mesmo: além de tocarem todos os instrumentos, cada integrante executa um papel na gestão que vai além dos palcos. Felipe é responsável pelo financeiro, Danilo cuida das redes, Antônio dá conta do conceito estético e Vito ataca de produção audiovisual e executiva.

Talvez, seja justamente o fato de se envolverem em tantas frentes que faz com que o entrosamento seja tão perceptível. A coesão e maturidade não passam despercebidas na proposta musical que se desenrola de forma orgânico no som e nas letras – assinadas por Felipe e Antônio.

rua i nasce com oitos faixas fruto das reflexões sobre as efervescência urbanística de Recife, sob o olhar de um (cada vez mais) acuado bairro de subúrbio – o fictício, mas super realista, rua i. Entre camadas eletrônicas, pop e rock, novos cenários são apresentados. As letras tratam da despedida, do retorno e do conforto do lar. Sensações às vezes antagônicas, conectadas, interdependentes e independentes. Sensações que podem nascer do individual, mas transformam-se em uma percepção coletiva.

Com uma construção quase concreta, o disco é uma experiência sensorial, quase como enxergar o antigo cenário de uma casa vazia ou perceber um ambiente já conhecido de olhos fechados. É pelas texturas, cenários e fluidez que eles dão vida ao “rock morgado”, como classifica Vito Sormany: “Se a gente define como rock, as pessoas associam ao rock clássico, ou pensam no ‘rock pesado’. Então, criamos essa brincadeira para explicar a sonoridade da torre. Não no sentido ruim da palavra, mas no de que é aquela música que pode transportar para outros ambientes, distante dessa correria em que vivemos”, explicou em release divulgado à imprensa.

Como um registro de uma resistência coletiva, rua i tem colaboradores da cena independente de Recife: Thiago Couceiro, na identidade visual, Guilherme Assis, na produção e mixagem, e Buguinha Dub, na masterização. O lançamento, para Danillo, é um ato concreto de quem re-existe com autonomia no cenário musical. “De certa forma lançar um trabalho independente é juntar mais gente independente para trabalhar com você. Isso também se manifesta nos nossos shows e nos eventos que organizamos. Procuramos estar sempre juntos com outras bandas e toda a gente que faz o circuito independente do Recife funcionar. Então, lançar um disco é fazer parte dessa engrenagem, é um ato de resistência”, conclui.

O show de lançamento oficial do álbum acontece no próximo dia 15, no Teatro Hermilo Borba Filho, em Recife. Além desta data, outros eventos da torre em faculdades e no circuito independente da cidade serão divulgados pela página oficial da banda no Facebook. rua i estará disponível nas plataformas de streaming amanhã, dia 6 de junho.

rua i (2018)
01. rua i
02. docilidade
03. lume – part. Jáder Cabral de Mello
04. o rio aos olhos dela
05. volta
06. da janela, uma árvore
07. até amanhã,
08. quadro de poucas palavras

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05/06/2018

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Brenda Vidal