Índio da Cuíca demonstra diversidade musical no disco “Malandro 5 Estrelas”

27/07/2023

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Gabriela Amorim

Por: Gabriela Amorim

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27/07/2023

Bandas que você não conhece mas deveria é a seção mais antiga da NOIZE. Desde 2007, ela se reinventa em diferentes formatos e continua sendo impressa a cada lançamento do NOIZE Record Club. Toda quinta-feira, vamos publicar uma indicação musical apresentada na revista. Nesta edição, Índio da Cuíca foi o indicado no BQVNC do Lado A da revista #131, que acompanha o vinil de “Jardineiros”, do Planet Hemp.

Índio da Cuíca nasceu no Morro do Borel, Zona Norte do Rio de Janeiro, em maio de 1951, e teve suas primeiras experiências musicais por influência do pai, Sr. Manoel, fundador da Escola de Samba Unidos da Tijuca. Tocando instrumentos de percussão ainda na infância, o artista se apaixonou pela cuíca, o que o levou a se assumir como músico profissional aos 14 anos. O multi-instrumentista, cantor, compositor e dançarino, integrou o conjunto Corda K Samba e a banda Brasil Ritmo, com a qual gravou o LP Balança Povo (1972), além de atuar em diversos shows e gravações com artistas como Alcione, Dicró, Ivon Curi, Jair Rodrigues, Maria Creuza e Roberto Carlos

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Ainda nos anos 1970, Índio se especializou na execução de melodias baseadas no sistema tonal. Realizado por raros cuiqueiros, esse feito lhe credenciou a integrar a Orquestra de Solistas do Rio de Janeiro (OSJR), no início dos anos 2000. Por três anos e meio, viveu na Suíça, em seguida regressou para o Rio para se casar com seu amor, Shirley, com quem está junto há mais de 35 anos. Mesmo com tantos feitos na bagagem, foi somente em 2021 que Índio da Cuíca divulgou seu primeiro projeto solo, o disco Malandro 5 Estrelas (2021), através do selo QTV, que já lançou discos de artistas como Negro Leo e Juçara Marçal

Por onde começo? Pelas canções “Shirley”, “Medley de Ogum”, “Cuíca Malandra/Cuíca Encantada”, depois siga para o restante das sete faixas do disco. Não deixe de assistir a participação do artista no programa Cultura Livre, disponível no Youtube. Para quem gosta de Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Pedro Santos e Rodrigo Campos.

Mood? Emocionante, moderno e simbólico, o artista consegue apresentar os contrastes entre a lentidão e a rapidez e a agitação e a calmaria, em um instrumento que o acompanha há mais de cinco décadas. Com dez faixas autorais, a única obra de sua discografia é um dos trabalhos mais lindos de se ouvir nos últimos tempos. O projeto é calcado em elementos instrumentais e a cuíca é a grande estrela, mas o artista também aparece tocando violão, pandeiro, berimbau, reco-reco e cavaquinho.

Como soa? Ritmo instrumental de calango, depois um samba que te leva para a capoeira, seguido de um bolero, e finalizado pela cuíca com batidas de funk anos 2000. Está bom para você? No disco o carioca reúne a diversidade do Brasil. As canções criam vida pelas mãos dos arranjos de Gabriel Aquino, que assina a direção musical ao lado de Índio da Cuíca, e de músicos extraordinários como Alaan Monteiro (cavaquinho, bandolim), Aquino (violão), Luizinho do Jêje (percussões), Pedrinho Ferreira (percussões), Guto Wirtti (baixo acústico, baixo elétrico) e Luiz Otávio (teclados). Qual a vibe? Cerveja gelada no copo americano, dia ensolarado, amigos reunidos e muito amor para dar. Não tem espaço para tristeza enquanto se escuta o disco Malandro 5 Estrelas (2021). O artista abraça o contemporâneo ao mesmo tempo que não se esquece do passado e transmuta, para nós, ouvintes, a esperança de dias melhores com um futuro próspero para todos. 

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