Luã Yvys fala sobre crescer em lar musical e inspirações de álbum com frescor pop

23/04/2025

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Por: Revista NOIZE

Fotos: Divulgação/Pato Ramnsy, Christian Bittencourt

23/04/2025

Um álbum inspirado por antigos amores e pelas ondas do litoral baiano, embalado por um pop à brasileira, solar, com suingue e toques de MPB. Este é o clima de Deixei meu coração na Bahia, segundo álbum de Luã Yvys, que carrega toda a mística do mar em sua inspiração.

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Luã cresceu em um ambiente que respirava música. Além da inspiração familiar — tendo como mãe Elba Ramalho e padrinho Caetano Veloso — ele aprendeu desde cedo a compor, tocar e produzir. Toda essa multiplicidade reflete em seus trabalhos: é o próprio quem assina as músicas e também a produção geral dos álbuns — neste, ao lado de Filipe Soares.

A faixa-título conta com parceria de Caetano, com quem estabeleceu uma parceria especial na canção. “Ele chegou com generosidade, com afeto e com um profissionalismo imenso. Enquanto gravava sua voz no estúdio, eu sentia como se estivesse sonhando. É como se ele tivesse abençoado essa canção com sua voz”, conta Luã para a Noize.

Também participam Mariana Volker (em “Me Beija”) e Elba Ramalho em “Ainda Tenho Asas”. A música foi um pedido da própria Elba, na época da pandemia, que queria um xote romântico. Na versão atualizada por Luã, a faixa ganha ares pop.

Músicos como Felipe Melanio (guitarras), Julio Raposo (baixo), Gabriel Salles (beats) e Bóka Reis (percussão), entre outros, também colaboram com o álbum. Conversamos com Luã para entender de onde veio a inspiração para este novo trabalho:

“Deixei meu coração na Bahia” é um nome super poético. De onde veio a inspiração?

Essa música nasceu de um instante de inspiração. Eu estava no mar, em Trancoso, mergulhando nas ondas, quando a melodia da primeira frase surgiu: “deixei meu coração na Bahia”. Saí da água correndo, peguei o violão e harmonizei essa parte da canção. Meu amigo Jorge Nova estava por perto e o convidei para letrar outra parte da música que já estava compondo. Ele ouviu e logo completou: “terra de Caymmi e Bonfim”. Ali nasceu a música, e também a parceria. Escolhi essa canção para intitular o álbum porque, além de ser a composição mais antiga, também sintetiza todo o projeto.

Como foi a troca com Caetano para este trabalho?

Mágica. Quando ele aceitou meu convite, foi uma emoção muito grande. Ele chegou com generosidade, com afeto e com um profissionalismo imenso. Enquanto gravava sua voz no estúdio, sentia como se estivesse sonhando. É como se ele tivesse abençoado essa canção com sua voz. Foi um momento inesquecível para mim e vou guardar para sempre na memória.

Como foi crescer rodeado por música e qual o sentimento em colaborar com Elba nessa nova versão?

Crescer dentro da música foi muito natural e leve, talvez por isso, nunca tive muita pressa para me lançar neste universo. Essa música foi nossa primeira e única parceria até o momento. Na verdade, ela me pediu um xote romântico pro álbum que produzi dela, Eu e Vocês (2020). Fiz essa canção com letra dela. Neste meu novo álbum, senti que ela poderia vir numa outra roupagem, com um arranjo e pegada mais dançante, sem perder a essência. Acho que deu certo, ela ficou bem feliz com o resultado.

Este é um projeto que leva a sua assinatura em todos os passos, mas também conta com colaborações especiais, na produção e entre os instrumentistas. Pode contar pra gente como foi a escolha desses parceiros?

Esse álbum foi muito colaborativo e quem assina a produção musical ao meu lado é Filipe Soares, que me ajudou a formatar e colaborar com outros produtores em algumas faixas, além de me apresentar músicos com quem ainda não tinha trabalhado. Cada profissional que entrou nesse projeto somou muito. Marcos Vasconcellos, Gabriel Salles e Gabriel Luchinni foram produtores que colaboraram em algumas faixas e muitos outros que emprestaram seus talentos como Rafael dos Anjos (violões), Dirceu Leite (flautas e arranjo de metais), Federicco Puppi (Cello), Julio Raposo (baixo e guitarras), Rafael Meninão (Sanfona), entre outros.

O álbum vai ganhar uma tour?

Vai sim! A primeira parada vai ser dia 10 de junho na Casa Light, Casa de Cultura Laura Alvim em Ipanema (RJ), e depois a ideia é seguir com esse show por lugares que abracem esse formato sensorial, íntimo e poético. Quero que seja mais do que um show, quero que cada apresentação seja uma experiência única. Estarei apresentando todas as músicas autorais do álbum e versões de músicas conhecidas e de artistas consagrados da MPB.

Leia e ouça Deixei Meu Coração na Bahia faixa a faixa:

“Fica Aqui”: Conta com uma melodia suave e envolvente, que embala e transforma, como o balanço de uma rede sob o luar. Com versos que falam de desejos profundos e momentos de cumplicidade, o eu lírico da música encanta ao pedir, de forma singela e sincera, que o amor permaneça. É uma canção que tem o poder de nos transportar para o instante perfeito, onde o lugar do coração é, sem dúvida, ao lado de quem amamos.

“Deixei Meu Coração Na Bahia” (feat. Caetano Veloso): Com versos que evocam a magia e os encantos da Bahia, a canção é um mergulho profundo nas emoções de um amor que ficou gravado na memória, como a brisa das praias baianas e o canto das sereias. A voz de Caetano criou uma atmosfera única, onde passado e presente se entrelaçam, e a saudade se torna uma força quase tangível. “Deixei Meu Coração Na Bahia” transcende a música; é uma viagem sonora, uma homenagem a Caymmi, Bonfim e à essência da Bahia, que permanece viva no coração do ouvinte.

“Pra Acalmar seu Coração”: Uma canção recheada de carinho e delicadeza, onde o desejo de trazer paz e alegria ao outro transborda a cada verso. A música é um abraço sonoro, um convite para deixar para trás as preocupações e se entregar ao prazer da companhia de quem se ama. Porque, no fim, o que mais queremos é ver o sorriso da pessoa amada e acalmar nosso coração com gestos sinceros de amor.

“Ainda Tenho Asas”: A faixa celebra a liberdade e o poder de seguir em frente, mesmo quando o amor parece chegar ao fim. Mistura introspecção e esperança, com uma melodia que convida à reflexão sobre a importância de viver o presente e deixar a vida acontecer sem pressões. Com versos que falam de autonomia, amor-próprio e o tempo certo para cada momento, a música transmite uma mensagem de confiança e leveza, lembrando que, com ou sem alguém, a alma sempre tem asas para voar.

“E Se A Vida”: Eu canto sobre a saudade e o desejo de um recomeço, com a esperança de que o amor perdido possa ser reencontrado. A canção traz uma reflexão sincera sobre os momentos que ficaram para trás e a chance de reconquistar o que se foi. Um convite à segunda chance, cheio de emoção e vulnerabilidade.

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23/04/2025

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