Matanza: disco novo, fedor e sangue no palco

07/05/2015

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Lidy Araujo

Por: Lidy Araujo

Fotos: Divulgação

07/05/2015

O Aquarius Rock Bar, em São Paulo, que se prepare. Sábado (9/5) é dia de Matanza (serviço completo abaixo), e a banda promete suar sangue durante o show que marca o lançamento do álbum Pior Cenário Possível. “O resto, quem faz é a rapaziada que está lá com a gente. Eles fazem o espetáculo de verdade”, afirma o vocalista Jimmy London na entrevista que você vai ler agora.

Ansioso pra subir ao palco e mostrar as novas músicas ao vivo? O que podemos esperar deste show e da nova tour?

*

A gente só promete suar sangue em todo show. O resto, quem faz é a rapaziada que está lá com a gente. Eles fazem o espetáculo de verdade. Mas vai ter música de todos os discos, piada minha sem graça e barulheira voltada pra destruição de ouvidos. Isso já é padrão.

Pra gravar o disco, vocês optaram por ter todos os instrumentos sendo tocados simultaneamente. De que forma isso influenciou no resultado final e na concepção do show?

Na verdade, isso leva o disco mais próximo do que fazemos no palco. Tem a dinâmica e o groove que temos tocando ao vivo. Parece até estranho falar em “groove” no Matanza, mas toda música tem uma pulsação, até o hardcore mais fedido que fazemos.

Lembro da primeira vez em que ouvi Matanza, ainda na época do primeiro disco, Santa Madre Cassino (2001). Naquele momento, apesar do peso, senti uma vibe divertida na banda, muito por causa das letras. Hoje, ouvindo o novo disco, percebo que a coisa ficou, digamos, mais “séria”. As letras estão mais sombrias. A que se deve essa mudança?

Sempre decidimos o conceito do disco antes de começar as músicas. Dessa vez, o filho veio triste, sorumbático e meio sério, mas nada impede que o próximo venha beberrão. Cada disco tem a personalidade que ele escolheu quando nasceu. A gente não decide nada, o máximo que podemos fazer é tirar a mesada dele, mas esses discos estão cada vez mais teimosos.

Vocês são uma banda de rock e sabemos que o rock anda “em baixa” no mercado brasileiro. Há até uma falta de noção ao categorizar algumas bandas, descrevendo-as como rock, quando nem o são. Além da banda, vocês ainda têm o Matanza Fest. Então, imagino que você tenha algo a dizer sobre o atual cenário. De que forma você o vê e de que forma você sente as mudanças que estão ocorrendo?

Ah, que pergunta complexa. O “mercado musical” não é algo tão organizado quanto podem imaginar. É mais um grande apanhado de casas de shows e produtores que se encontram e se perdem, quase que numa dinâmina caótica. Tem que ter muito trabalho e organização dentro da banda pra conseguir criar um fluxo saudável, mas isso nao é culpa de quem trabalha nesse mercado e, sim, da característica humana do mercado do entretenimento. As pessoas demandam diversão nos momentos mais improváveis, não há lógica que explique em qual momento as pessoas vão encher o saco e querer beber e se divertir pra exorcizar os demônios e quando eles vão querem ficar em casa pra economizar dinheiro. Só podemos nos disponibilizar pra estar na hora certa, com o melhor evento possível, e daí nasceu o Matanza Fest. Queremos dar ao público nada mais, nada menos que o justo pelo dinheiro que eles pagam por um ingresso, e isso significa um show do caralho, com a melhor estrutura possível pras bandas, pra audiência e pra parte técnica. Custe o que custar. Esse é o único compromisso do Fest, a cumplicidade e o respeito pela rapaziada que vai aos shows.

Metade da sua vida foi dedicada ao Matanza. Quando olha pra trás, sente que valeu a pena?

Se eu me lembrasse de tudo, talvez fosse diferente, mas do que eu me lembro, foi foda. Não mudaria nada. Teve a hora de me divertir, teve a hora de organizar a banda, e tudo me parece ter sido do jeito que tinha que ser. Teve uma certa história de um hotel errado que eu podia não ter passado, mas isso nem vem ao caso…

Que conselho o Jimmy de hoje daria pro Jimmy de 20 anos atrás?

Para logo de fumar, moleque babaca, porque daqui a 20 anos você não vai conseguir mais.

MATANZA por felipe diniz - 2w

Já pensaram em alguma espécie de comemoração das duas décadas anos da banda, que rola em 2016?

Catzo, já tem isso tudo? Acho que comemoramos estando vivos todo dia e vivemos cada dia como se fosse o último, até porque, mais cedo ou mais tarde, acertaremos. Mas sim, óbvio que alguma coisa vai ter que marcar isso. O que será, nem pensamos ainda.

Além da música, você ainda se dedica a outros projetos, incluindo televisão. O que tem feito atualmente? Há novidades vindo por aí?

Ah, sempre tem alguma coisa. Tem coisa bem legal e importante vindo aí, aliás. Eu dedico 14, 16 horas por dia trabalhando com a banda e, ainda assim, não me sinto totalmente ocupado. Obviamente, isso tem a ver com ter parado de beber, mas aí ja vira assunto pra analista ou pra mesa de bar. Eu gosto de trabalhar, gosto de falar bobagem e gosto de artes em geral, além da música. O que vier e for legal, eu faço, mas que fique claro que essas coisas não têm nada a ver com a decisão artística do Matanza. Ali é o Jimmy, fazendo as coisas que o Matanza ajudou a abrir os caminhos pra que viessem a acontecer. Obrigado, Matanza!

Serviço:
Show: Matanza – Lançamento de “Pior Cenário Possível”
Abertura: Bula e Motorocker
Data: 9 de maio (sábado)
Horário: 22h
Local: Aquarius Rock Bar
Endereço: Rua Iososuke Okaue, 40 – Itaquera – São Paulo/SP
Ingressos Antecipados:
1º Lote: ESGOTADO
2º Lote: R$100 (inteira) / R$50 (meia entrada)
Venda online: Ticket Brasil
Informações: (11) 2524-3211/ Site do Aquarius
Censura: 18 anos

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07/05/2015

Lidy Araujo é uma grande mulher. Porém, louca.
Lidy Araujo

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