O Muse foi uma das bandas que levaram para o palco do Rock in Rio o rock que tantos pediram. O grupo inglês, que fechou a segunda noite do festival com a performance hipnotizante, mostrou muito brilho, desenvoltura e um conjunto de ótimas composições, como “Starlight”, “Supermassive Black Hole”, “Madness” e as pesadas “Stockholm Syndrome” e “Hysteria”.
Muitos pensam que o Muse tem um tipo de som que é incompatível com a sua história de sucesso, que começou há quase vinte anos, nos ensaios que o trio de garotos de Devon, ao sudoeste da Inglaterra, fazia no porão da casa do vocalista Matt Bellamy. Mas a escolha da banda como headliner no Rock in Rio foi rapidamente explicada pelos números do festival. Quando as vendas começaram, a noite do Muse teve todos os seus ingressos esgotados antes mesmo de nomes mais populares, como Metallica e Justin Timberlake. Dos sete dias de Rock in Rio, a noite do Muse foi a terceira a acabar.
Os arranjos são um dos diferenciais do Muse. A banda vem agregando novas sonoridades desde que saiu “Black Holes and Revelations”, em 2006. O trabalho mais cru e direto de “Absolution” (2003) deu espaço às experimentações eletrônicas e orquestrais que o grupo viria a aumentar nos álbuns seguintes. “The 2nd Law”, lançado no final de 2012, é a obra que melhor reflete a evolução do trio britânico como banda e como criador da sua própria arte.
Quem fala isso não é a gente. É o baterista da banda, Dominic Howard. O músico nos concedeu uma entrevista na tarde do dia 14 de setembro, poucas horas antes do Muse pisar no palco do Rock in Rio pela primeira vez. No encontro, realizado no hotel em que a banda ficou hospedada, no alto do morro de Santa Teresa, Howard nos contou também o porquê do Muse sempre concorrer ao prêmio de melhor banda ao vivo no Reino Unido e sobre a coragem que o grupo vai precisar para continuar se reinventando nos próximo álbuns.