É rap, é erudito, é pop, é “Livre”, o novo disco do Pedro Dom

07/08/2015

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Ariel Fagundes

Por: Ariel Fagundes

Fotos: Divulgação

07/08/2015

Pedro Dom é uma espécie de menino prodígio. Quando criança, ele ouvia toneladas de música dentro de casa, “de Bach a Ramones”, lembra. Em um contexto eclético desses, Pedro conta que o som que mais lhe marcou foi o do Tom Jobim. Curiosamente, o resultado dessa mistura toda foi uma obra musical com raízes cravadas no universo do hip hop. Pedro Dom lançou agora seu novo disco, Livre, que você pode escutar abaixo.

Compositor, arranjador, produtor, pianista, clarinetista… Há 20 anos envolvido com a música, Pedro Dom se divide entre muitas funções dentro dos diversos projetos dos quais participa. Em 2009, ele criou a Orquestra Celestial do Livre Arbítrio (O.C.L.A.), “um laboratório de experimentação estética”, como ele mesmo define. O músico acompanha outros artistas, como Ian Ramil, toca clarinete na Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo, trabalha com encomendas para produtoras de áudio e, desde 2010, lança álbuns solo. Livre é o seu oitavo disco, após A história do homem que sonhava ser grande (2010), Mudei minha vida (2011), Sentidos e percepções (2011), Venus (2011), Almadom Colab (2012), Próximo passo (2013) e Orquestra Celestial do Livre Arbítrio (2014), o único disco da O.C.L.A.

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No entanto, quem procurar por seu trabalho, terá dificuldade para encontrar esses álbuns. “Todos (exceto o da O.C.L.A.) foram publicados na internet e posteriormente retirados, pois decidi fazer uma espécie de seleção desses materiais, o que chamei de Livre“, explica. Ou seja, o novo disco de Pedro Dom é como se fosse uma grande coletânea formada pela nata do que ele fez nos últimos cinco anos.

Dividido entre Lado A e Lado B, esse álbum apresenta uma sonoridade ora suave e envolvente ora dançante e reflexiva. “As dez primeiras são canções de rap e as outras dez, beats instrumentais. Minha voz pouco aparece no disco, sendo meu foco na composição e arranjo. Tenho convidados de Porto Alegre, São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador e Londres, pessoal com quem colaborei basicamente através da internet. Tem desde o Mamão, baterista do Azymuth, até o Miltinho, trombonista da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Deu um baita trabalho, mas foi muito prazeroso atravessar esse processo”, afirma o músico.

E, se alguém lhe pergunta como é possível unir jazz e bossa com rap, Pedro Dom devolve a pergunta: “Como pode haver a desunião de coisas tão próximas? Apesar dos estilos serem contrastantes, todos lidam com ritmo, melodia, harmonia, timbre, dinâmica, articulação, fraseado… Minha visão é a de misturar. De não separar. O que me inspira é a própria música, e não um musico aqui ou ali. E o desafio dessa desconstrução é o que tô topando!”.

Ouça Livre abaixo:

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07/08/2015

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Ariel Fagundes

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